metropoles.com

Após 2 anos de pandemia, vacinação deixa mundo mais otimista para 2022

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, prevê fim da pandemia no próximo ano com avanço da imunização contra Covid

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Gustavo Moreno/Especial para o Metrópoles
Com 28 pontos de vacinação, DF tem Dia D contra a Covid10
1 de 1 Com 28 pontos de vacinação, DF tem Dia D contra a Covid10 - Foto: Gustavo Moreno/Especial para o Metrópoles

O ano de 2021 termina em clima de esperança pelo fim da pandemia de Covid-19. Com o avanço na imunização e a redução de casos e óbitos pela doença, a expectativa das autoridades mundiais de saúde é de que a disseminação do vírus fique mais controlada em 2022.

Nesta semana, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou que 2022 deve ser o ano em que a pandemia do novo coronavírus chegará ao fim. De acordo com o cientista, após dois anos convivendo com a Covid, o mundo já sabe como o vírus se comporta e tem as ferramentas necessárias para frear a sua transmissão.

No Brasil, o avanço na vacinação tem provocado a queda de casos positivos e óbitos por Covid. De acordo com o último balanço do Consórcio de Veículos de Imprensa*, 75,44% da população brasileira recebeu ao menos uma dose da vacina contra o coronavírus. Além disso, 66,91% da população já está com o ciclo de vacinação completo, com duas doses ou dose única de imunizantes.

A biomédica, divulgadora científica e coordenadora da Rede de Análise da Covid-19, Mellanie Fontes-Dutra, afirmou, em entrevista ao Metrópoles, que a perspectiva para o ano de 2022 é otimista, mas que é importante seguir firme na aplicação de vacinas — principalmente na dose de reforço e na imunização infantil.

“A gente tem uma perspectiva boa, temos espaço para um otimismo importante. Mas a gente não pode deixar de ter em mente que todo esse cenário positivo depende do que a gente deve seguir fazendo hoje, tem que seguir nas campanhas de vacinação, principalmente a terceira dose e a vacinação das crianças de 5 a 11 anos”, pontuou.

4 imagens
Considerando os dados do site Our World in Data, o estado de São Paulo ultrapassa países como Itália, França, Reino Unido e Alemanha no quesito imunização completa contra o coronavírus
Cerca de 140 milhões de pessoas estão totalmente imunizadas com as duas doses ou dose única no Brasil. O número representa cerca de 66% da população
Em relação a dose de reforço, aproximadamente 22 milhões de habitantes receberam o imunizante. O valor corresponde a 10% da população
1 de 4

No ranking global, o Brasil é o quarto país com mais doses aplicadas. Foram 324 milhões até a segunda semana de dezembro

Sandro Araújo/Agência Saúde DF
2 de 4

Considerando os dados do site Our World in Data, o estado de São Paulo ultrapassa países como Itália, França, Reino Unido e Alemanha no quesito imunização completa contra o coronavírus

Fábio Vieira/Metrópoles
3 de 4

Cerca de 140 milhões de pessoas estão totalmente imunizadas com as duas doses ou dose única no Brasil. O número representa cerca de 66% da população

Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 4

Em relação a dose de reforço, aproximadamente 22 milhões de habitantes receberam o imunizante. O valor corresponde a 10% da população

Hugo Barreto/Metrópoles

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil disponibilizará cerca de 354 milhões de doses de vacinas para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2022. O quantitativo será destinado à dose de reforço e à vacinação de crianças, que deve começar em 10 de janeiro, conforme adiantou o Metrópoles.

Cooperação

A pesquisadora Mellanie Fontes-Dutra também avalia que a cooperação internacional para aumentar o acesso de países pobres às vacinas deve auxiliar ainda mais para um cenário positivo no ano que vem.

“A gente avança a vacinação aqui no país de forma homogênea, mas em termos de mundo é importante que a gente trabalhe em prol da unidade na distribuição de vacinas. Se houver possibilidade de a gente garantir todas as doses para a população — tanto a dose 3 quanto a dose para público pediátrico — e ainda pudermos ajudar doando para quem precisa, teremos um ano mais positivo”, explica.

O mundo deve terminar o ano com mais de 9 bilhões de vacinas contra Covid aplicadas, segundo a publicação digital Our World In Data. Apesar disso, 41 países de baixa renda ainda não foram capazes de imunizar 10% das suas populações, e outros 98 não alcançaram 40% da população protegida.

Para auxiliar as nações que têm menos acesso aos imunizantes, o consórcio Covax Facility, coordenado pela OMS e por outras entidades, já doou 811 milhões de vacinas para 144 países.

Cautela com novas variantes

Apesar do otimismo para os próximos meses, especialistas ainda pedem cautela em relação ao surgimento de novas variantes, como a Ômicron. O infectologista Estevão Urbano lembra que pessoas não vacinadas têm mais chances de desenvolver o vírus e colocar em risco a vida da população já imunizada.

“Quanto maior o número de pessoas não vacinadas, maior a chance de essas variantes surgirem. Se aumenta a vacinação, reduzem as infecções, reduz a possibilidade de variantes, e a pandemia vai cedendo”, explica.

15 imagens
Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido
Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas
Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo
O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus
1 de 15

Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron foi classificada pela OMS como de preocupação

Andriy Onufriyenko/ Getty Images
2 de 15

Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento

Getty Images
3 de 15

Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido

Peter Dazeley/ Getty Images
4 de 15

Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas

Uwe Krejci/ Getty Images
5 de 15

Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo

Pixabay
6 de 15

O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus

Getty Images
7 de 15

A primeira é que a variante tenha começado o desenvolvimento em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível

Getty Images
8 de 15

A segunda é que surgimento da Ômicron pode estar ligado ao HIV não tratado. A terceira, e menos provável, é que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido nele e voltado a contaminar um humano

Andriy Onufriyenko/ Getty Images
9 de 15

De qualquer forma, o sequenciamento genético mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou Delta

Andriy Onufriyenko/ Getty Images
10 de 15

Com medo de uma nova onda, países têm aumentado as restrições para conter o avanço da nova variante

Getty Images
11 de 15

De acordo com documento da OMS, a Ômicron está em circulação em 110 países. Na África do Sul, ela vem se disseminando de maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa

Getty Images
12 de 15

Mesmo em países onde o número de pessoas vacinadas é alto, como no Reino Unido, a nova mutação vem ganhando espaço rapidamente

Morsa Images/ Getty Images
13 de 15

No Brasil, 32 casos foram registrados, segundo balanço divulgado no fim de dezembro pelo Ministério da Saúde

Morsa Images/ Getty Images
14 de 15

Por conta da capacidade de disseminação da variante, a OMS orienta que pessoas se vacinem com todas as doses necessárias, utilizem corretamente máscaras de proteção e mantenham as mãos higienizadas

Andriy Onufriyenko/ Getty Images
15 de 15

A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados

JuFagundes/ Getty Images

Uso de máscara é o “novo normal”

Os especialistas também avisam que o nível atual de vacinação ainda não permite que os brasileiros abandonem o uso da máscara, que será o “novo normal” daqui para frente.

Segundo Urbano, além de usar o item de proteção facial, é importante evitar aglomerações para garantir um cenário favorável nos próximos meses.

“É sempre importante pecar pelo excesso. Por mais que a pandemia esteja em um momento bom no país, nada impede de ela piorar. Se piorar, vai ser pelas aglomerações, pela retirada das máscaras. A gente não deve arriscar”, alerta.

*O Consórcio de Veículos de Imprensa é formado pela TV Globo, G1, GloboNews, O Globo, Extra, Estadão, Folha de S.Paulo e UOL.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?