Após 15 dias de atraso, prefeitura de SP continua sem pagar auxílio de R$ 100
A gestão Bruno Covas (PSDB) precisa pagar a Renda Básica Emergencial para 18 mil famílias que deveriam ter recebido o benefício até 31/12
atualizado
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A Prefeitura de São Paulo segue sem apresentar um calendário para o pagamento da Renda Básica Emergencial para milhares de paulistanos. Após 15 dias, a gestão Bruno Covas (PSDB) não efetuou o pagamento do auxílio que 18 mil famílias deveriam ter recebido até 31 de dezembro de 2020.
O programa, destinado a beneficiários do Bolsa Família e ambulantes legalizados, depositou três parcelas de R$ 100 por pessoa que compõe o ambiente familiar. Segundo a estimativa da prefeitura, 480 mil famílias deveriam receber o aporte financeiro, só que muitas pessoas ainda estão à espera.
A desempregada Ana Paula Alves Santos, 32, foi a uma agência da Caixa para sacar os R$ 2,7 mil em 10 de dezembro. Segundo ela, o aplicativo Caixa Tem informava que ela poderia retirar o benefício. “Eles [funcionários] me disseram que o benefício estava liberado, o valor aparecia na tela, só que eu não consegui pegar esse valor. Me falaram que iam dar um jeito de depositar”, diz.
Entretanto, o caso de Ana Paula está em análise há mais de um mês. Após entrar em contato com a prefeitura pelo telefone 156, ela ouviu que teria que atualizar os dados cadastrais, porém nada mudou.
A administração atribui o atraso no pagamento a “casos de contas que não foram abertas automaticamente de pessoas com documentação ou CPF irregulares ou alguma informação incompleta no cadastro”.
“Eu preciso desse dinheiro, meus filhos usam fraldas, meu gás está acabando. Estou com dívidas porque peguei dinheiro emprestado e achei que [a renda básica] ia cair e nada”, lamenta. Ela mora com oito filhos em uma ocupação no bairro de São Mateus, zona leste de São Paulo.
Mensagem que some
Simone de Oliveira, 38, foi notificada por SMS pela prefeitura que teria direito a R$ 900 do Renda Básica Emergencial a partir de 10 de dezembro, Ela conta que o valor apareceu duas vezes na tela do app do Caixa Tem como pagamento aprovado, mas a mensagem sumiu da tela logo depois em ambas as vezes.
“Ainda estou contando com esse dinheiro. Tenho contas atrasadas e morro de medo de cortarem minha água e minha luz. Estou procurando emprego e não consigo nada”, diz a moradora do Itaim Paulista, também na zona leste da capital. A única fonte de renda é o salário de R$ 1,2 mil do marido.
À reportagem, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), afirmou que ainda está “finalizando os trâmites com a Caixa”. Desse modo, o banco é responsável pelo pagamento do socorro financeiro que beneficiou 462 mil famílias até o momento.