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Após 1 mês, 4 seguem sumidos em Petrópolis: “Tenho esperança”, diz mãe

Famílias de vítimas do temporal em Petrópolis, no Rio, continuam nas buscas por desaparecidos há um mês; 233 pessoas morreram na tragédia

atualizado

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Aline Massuca/Petrópolis
Petrópolis
1 de 1 Petrópolis - Foto: Aline Massuca/Petrópolis

Rio de Janeiro – O temporal que caiu em 15 de fevereiro em Petrópolis, região serrana do Rio, fez com que famílias precisassem enterrar 233 mortos na tragédia. Mas, para algumas delas, a agonia ainda não acabou. 

Heitor Carlos dos Santos, de 61 anos, Antonio Carlos dos Santos, 56, Lucas Rufino da Silva, 20, e Pedro Henrique Braga, 8, continuam desaparecidos, após um mês das chuvas que deixaram mais de 800 desabrigados.

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Pedro Henrique Braga,8, voltava da escola com a mãe quando o ônibus caiu no rio. Ela foi levada pela correnteza e ele ficou no teto do coletivo, que afundou em seguida
Antonio Carlos dos Santos, 56, voltava da igreja quando começou o temporal. A família não sabe se ele pegou o ônibus ou foi levado pela correnteza no meio da rua
Lucas Rufino,20, morreu soterrado pela lama. A família diz que o IML perdeu o corpo do jovem
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Heitor Carlos dos Santos,61, estava no ônibus que caiu no rio e desapareceu

Reprodução/ Facebook
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Pedro Henrique Braga,8, voltava da escola com a mãe quando o ônibus caiu no rio. Ela foi levada pela correnteza e ele ficou no teto do coletivo, que afundou em seguida

Reprodução/ Facebook
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Antonio Carlos dos Santos, 56, voltava da igreja quando começou o temporal. A família não sabe se ele pegou o ônibus ou foi levado pela correnteza no meio da rua

Reprodução/ Portal Desaparecidos Polícia Civil
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Lucas Rufino,20, morreu soterrado pela lama. A família diz que o IML perdeu o corpo do jovem

Reprodução/ Instagram

Dona Aucideia dos Santos, 81, é mãe de quatro filhos. Um deles é o aposentado Heitor, que trabalhava vendendo churros em um carrinho.

“Ele quase não saia, mas quando saiu, não voltou. A cabeça da gente está muito ruim. Estou me cuidando, vou ao médico, tomo remédios, mas, pela minha idade, meus filhos ficam muito preocupados”, disse, ao Metrópoles

O homem estava em um ônibus na Rua Washington Luiz, quando o coletivo tombou e caiu na água. Desde então, não foi mais visto.

“Nunca pensei na vida passar por isso. Meu filho não merecia morrer desse jeito, ele era muito bom. O último contato que tive foi por telefone. Ele disse que estava no ônibus, que não estava precisando de nada e estava tudo bem”, contou a idosa.

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Família continua nas buscas pelo corpo de Pedro Henrique Braga, de 8 anos.
Rafaela Braga se perdeu do filho Pedro Henrique quando foi levada pela correnteza
Antonio Carlos dos Santos,56, voltava da igreja quando pegou o temporal
Maria das Graças, irmã de Antonio, distribui fotos dele pela cidade
A família continua fazendo buscas mas não sabe se ele estava no ônibus ou na rua quando desapareceu
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Rafaela Braga,30, e Sonia Regina Braga, 55, mãe e avó do Pedro Henrique, visto pela última vez no ônibus que afundou no rio

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Família continua nas buscas pelo corpo de Pedro Henrique Braga, de 8 anos.

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Rafaela Braga se perdeu do filho Pedro Henrique quando foi levada pela correnteza

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Antonio Carlos dos Santos,56, voltava da igreja quando pegou o temporal

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Maria das Graças, irmã de Antonio, distribui fotos dele pela cidade

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A família continua fazendo buscas mas não sabe se ele estava no ônibus ou na rua quando desapareceu

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Um mês após tragédia, ainda há quatro desaparecidos

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Moradores também auxiliam nas buscas

CBMDF/Divulgação
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Há um mês, Petrópolis sofreu com fortes chuvas. Mais de 200 pessoas morreram

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Rua Teresa, o principal polo de comércio de vestuário da Região Serrana, foi uma das áreas mais impactadas pelas chuvas

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Tragédia em Petrópolis já vitimou mais de 230 pessoas

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A tragédia é consequência do temporal de terça-feira (15/2), que arrastou carros pelas ruas, derrubou casas e deixou rastro de destruição

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Chuvas deixaram rastro de destruição

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Casa destruída após o temporal

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Rastro das chuvas ainda são vistos pela cidade

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Para evitar perguntas e comentários, a mãe evita sair de casa. Os irmãos de Heitor estão em contato com o Corpo de Bombeiros, que teria dito à família que as buscas só devem durar mais 15 dias.

“Fico impressionada que até agora não o acharam. O Heitor era grandão, sabe? Mas ainda tem muito entulho nos rios. Tenho fé em Deus. Vai que alguém socorreu ele? Ainda tenho esperança”, disse Aucideia.

Na volta da escola

Pedro Henrique foi mais uma vítima do ônibus que tombou no rio. O menino de 8 anos voltava da escola com a mãe, quando todos os passageiros caíram na água. Devido à correnteza, a mãe do garoto acabou sendo arrastada, mas sobreviveu.

O pequeno foi visto pela última vez em vídeos que circulam na internet. Pedro é o de mochila, no teto do ônibus. Assista:

“A gente está muito abalado ainda. Está muito difícil, muito dolorido. Cada vez que o tempo passa, mais vai caindo nossa ficha”, disse ao Metrópoles Sonia Regina Braga, 55, avó do menino.

Ela e a filha estão fazendo acompanhamento psicológico. Rafaela Braga, 30, mãe do menino e sobrevivente da tragédia, se vê sob efeito de medicamentos desde o sumiço do filho.

“Pedimos ajuda ao prefeito, ao Corpo de Bombeiros, e estão todos se prontificando a nos ajudar nas buscas. Mas tem sido muito difícil. Já vai fazer um mês e ainda não o encontramos. Até agora não temos notícias, ninguém achou a mochila, as roupas, nada. Só precisamos de uma resposta”, disse Sonia.

Na saída da igreja

Religioso, Antonio Carlos dos Santos, 56, adorava ir a cultos e missas e foi visto pela última vez saindo de uma igreja na Rua Montecaseros, no Centro de Petrópolis. Os irmãos se uniram para procurá-lo, mas, até agora, não receberam notícias. 

Eles acreditam que o parente possa ter sido levado pela água quando tentou atravessar alguma rua, ou até mesmo possa ter caído no rio quando estava dentro do ônibus. 

“Fizemos os exames de DNA e até agora nada. Divulgamos fotos todos os dias. A gente não sabe mais o que fazer, estamos sem rumo, sem direção, só Deus. Vamos continuar buscando”, disse Maria das Graças, irmã de Antonio.

Já Lucas Rufino, 20, foi soterrado no Morro da Oficina, um dos mais afetados da região. A família diz que o corpo foi reconhecido no Instituto Médico Legal, mas quando os parentes apareceram para retirá-lo, já não o encontraram mais.

“Lucas foi achado no segundo dia da tragédia, mas o corpo desapareceu. Por mais que neguem, acreditamos até que ele já tenha sido enterrado, mas não com o nome do Lucas. Estamos com o DNA em processo. Assim que sair, graças a Deus vamos provar que o Lucas já foi retirado”, disse a tia do jovem, Raquel Vieira, ao Metrópoles.

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