Apoiado pelo Planalto à Câmara, Lira diz que impeachment de Bolsonaro é difícil
O deputado jogou a responsabilidade para o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que não abriu nenhum dos cerca de 60 pedidos
atualizado
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Candidato a presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) disse, nesta segunda-feira (25/1), após um fim de semana com diversas mobilizações contra o presidente Jair Bolsonaro, que é “muito difícil” o impeachment do chefe do Executivo avançar. Ele destacou que se trata de um “sistema de ruptura democrática”.
Lira é o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro na disputa interna da Câmara, que ocorre no próximo dia 1° de fevereiro. Mobilizações com militantes da esquerda e da direita movimentaram as ruas do país no sábado (23/1) e no domingo (24/1).
“Eu penso o seguinte: eu sempre respeitei as posições de Rodrigo Maia, ele teve 5 anos com 57 pedidos de impeachment. Se ele não abriu nenhum é porque não viu motivos. Essa pauta não é sobre tese ou hipótese. Não tocarei nesse assunto, enquanto for candidato”, desconversou Lira.
Após ser novamente questionado, o candidato do Planalto respondeu: “Falar de impeachment, sistema de ruptura democrática, é muito difícil. Quem tem de falar sobre impeachment e falar o por que não abriu é o presidente Rodrigo Maia”.
O deputado tentou desvincular possíveis erros da área da Saúde do governo na condução da pandemia da Covid-19. Lira citou países europeus que na primeira onde haviam sido elogiados pela condução, mas que agora estariam enfrentando problemas, como Portugal.
“Ninguém sabe exatamente como tratar desse vírus, não tem nota de recomendação, procedimento padrão ou lei que temos que cumprir. Temos que fazer todos os esforços para eliminar todas as perdas de vida e econômicas. A ciência avança, os maiores laboratórios do mundo estão focados 24 horas, matérias-primeira em escassez, a guerra entre países e laboratórios está intensa”, disse.
A gestão do governo Bolsonaro em relação à pandemia da Covid-19 tem sido combustível para diversas manifestações populares. No Congresso, parlamentares articulam a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar possíveis omissões do governo durante a pandemia.