Apesar de saudável, futuro do cavalo Caramelo segue incerto. Entenda
Desde que ele chegou ao hospital veterinário em Canoas (RS), em 9 de maio, diversas pessoas se apresentaram como tutoras do animal
atualizado
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O cavalo Caramelo, ícone da tragédia ambiental no Rio Grande do Sul, conseguiu recuperar o quadro de saúde, engordou 40 kg em dois meses e meio, após o resgate dramático de cima de um telhado ocorrido em 9 de maio, mas ainda segue com o destino incerto.
Desde que ele chegou ao Hospital Veterinário da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas (RS), diversas pessoas entraram em contato apresentando-se como tutoras do animal, o que sugere que muitos podem estar mentindo. Além disso, outras pessoas se ofereceram para adotá-lo, inclusive celebridades.
Até o momento, no entanto, a instituição não definiu com quem ele ficará ou para onde será levado. Segundo os veterinários, que seguem atuando na recuperação do cavalo, a decisão final será da universidade.
“Todos os nomes e contatos de quem nos procurou foram repassados para a administração, que ficará a cargo de resolver a questão legal da posse”, diz o coordenador do curso de Medicina Veterinária da Ulbra, Jean Soares.
Esse procedimento é o mesmo que foi adotado para todos os animais sobreviventes que foram levados para o local. Com algumas espécies, no entanto, segundo o professor, o processo de liberação foi mais rápido e fácil.
“Para todos os animais, apareceram pessoas se dizendo donas. Com os cachorros, por exemplo, foi fácil de resolver isso, porque eles são mais de reagir e se atiravam nas pessoas, com saudade, e isso facilitava o reconhecimento. Já com cavalo, é diferente. Ele não esboça reação assim, facilmente, o que dificulta a comprovação”, exemplifica Soares.
Hospital se prontificou a ficar com Caramelo
Diante do impasse, o Hospital Veterinário da Ulbra já informou à direção da universidade que pode ficar com o Caramelo, mas a decisão final ainda não foi tomada. O local possui uma fazenda-escola, com espaço suficiente para incorporá-lo ao grupo de animais.
“Nosso trabalho é garantir a saúde e o futuro dele, que chegou aqui numa situação extrema e conseguiu sobreviver. Queremos que ele tenha a sorte de ter uma vida saudável, com conforto, e que seja bem cuidado”, diz Jean Soares.
Quando Caramelo foi resgatado, ele estava com quadro de desnutrição, desidratado e pesando cerca de 320 kg. Hoje, ele encontra-se saudável, próximo de superar os 360 kg e segue em observação pelos profissionais da Ulbra, enquanto o destino não é definido.
Cavalo será rastreado
Para manter o acompanhamento do animal, independentemente do futuro que será dado a ele, os veterinários implantaram um microchip para facilitar a identificação e o rastreio do Caramelo aonde quer que ele esteja. Jean Soares conta, inclusive, que o chip ficará atrelado ao CPF da pessoa que for escolhida como responsável pelo cavalo.
“Se ele ficar na Ulbra ou sair daqui, poderemos acompanhá-lo, independentemente da situação. O microchip ajuda, porque em caso de fuga, acidente ou qualquer outra coisa, será fácil rastreá-lo”, conta o professor.
Desde o princípio, a adaptação do Caramelo ao tratamento foi bem tranquila. A veterinária Louise Maciel, residente do setor de Grandes Animais do hospital da Ulbra, conta que ele é bastante manso e pacífico. Talvez, por ter convivido com pessoas na casa onde morava antes das enchentes.
“Essa passividade dele, de certa forma, ajudou no tratamento. A gente tinha outros cavalos a mais no hospital – mais de 80, ao todo. O Caramelo ficou numa baia especial, mas soube se adaptar e conviver bem com os demais animais. Ele está saudável, mas ainda segue em recuperação”, expõe Louise.
Veja como o Caramelo está hoje: