Apenas fita zebrada impedia acesso a toboágua onde garoto morreu
Segundo perícia, brinquedo em manutenção era isolado por tapumes de um lado, mas apenas por fita zebrada de outro. Acesso à escada era livre
atualizado
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Goiânia – Apenas uma fita zebrada impedia o acesso ao toboágua em manutenção onde uma criança de 8 anos caiu e morreu no último domingo em Caldas Novas, cidade turística no sul de Goiás. A informação foi confirmada pela Polícia Científica, que participa das investigações do caso.
Davi Lucas de Miranda morreu no último domingo (13/2) depois de escorregar em um toboágua desmontado do brinquedo chamado Vulcão e cair de uma altura de 13,8 m, batendo em uma estrutura metálica e de madeiras antes de chegar ao solo e escorregar para dentro da água. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos: traumatismos e hemorragias internas.
O DiRoma Acqua Park chegou a afirmar na segunda-feira (14/2) que a “área em que ocorreu o acidente estava completamente fechada com tapume e devidamente sinalizada para reforma e melhorias”.
Fácil acesso
No entanto, uma perícia realizada no parque durante dois dias confirmou que uma parte do acesso ao toboágua desmontado realmente era vedada por tapumes, mas uma outra parte era bloqueada apenas por fitas zebradas.
“O pátio para acessar esse brinquedo tem cerca de 7 m de comprimento. A lateral estava tampada por tapume e a outra parte estava isolada só por fita zebrada”, explicou ao Metrópoles a chefe do núcleo de Polícia Científica de Caldas Novas, Kathia Mendes Magalhães.
Além disso, o acesso à escada que chega aos toboáguas estava livre. Já na parte superior do brinquedo, apenas um dos quatro toboáguas estava com o acesso vedado.
Ainda segundo a perícia, não havia placas de aviso no local. “As únicas placas que tinha eram de uso do brinquedo (aquelas que falam que não é recomendável o uso por gestantes, etc). Nada sobre a interdição do local, reparos ou perigo”, explicou Kathia Mendes, que também é perita.
Profunda solidariedade
Na mesma nota em que falou dos tapumes, o DiRoma informou que “o espaço, bem como todo nosso complexo, é vistoriado com rigor pelo Corpo de Bombeiros e possui todos os alvarás e licenças emitidos pelas autoridades competentes”.
O clube ainda afirmou que lamenta e presta profunda solidariedade à família da criança que se acidentou. O parque ainda lembrou que nunca ocorreu uma tragédia dessa magnitude em 50 anos de história de funcionamento.
Nas suas redes sociais, o complexo turístico tinha publicado recentemente um aviso que o Vulcão estaria fechado para manutenção e que só deveria ser reaberto ao público em meados deste ano.
O Metrópoles questionou o Grupo Di Roma sobre a falta de sinalização e bloqueio na área em manutenção do parque, mas o grupo informou que “entendeu que irá se abster de novos pronunciamentos até a conclusão das investigações”.