Apartamento alvo de operação da PCDF está em nome de Jair Bolsonaro
Apartamento é declarado por Bolsonaro à Justiça Eleitoral ao menos desde 2010. Renan viveu lá durante parte do governo do ex-presidente
atualizado
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O apartamento alvo de busca e apreensão em uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal contra o filho “04” de Jair Bolsonaro, Jair Renan, é na verdade do ex-Presidente da República. O imóvel, no Sudoeste, área nobre de Brasília, é declarado por Bolsonaro à Justiça Eleitoral ao menos desde 2010, quando ele ainda era deputado federal.
Também houve busca e apreensão em um endereço ligado a Renan em Balneário Camboriú (SC), onde ele vive atualmente. A operação, intitulada Nexum, apura atuação de um grupo suspeito de crimes de falsidade ideológica, associação criminosa, estelionato, crimes contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro.
O ex-assessor de Jair Renan, Maciel Carvalho, também é alvo da operação intitulada Nexum. A investigação aponta existência de uma associação criminosa que buscava obter vantagem indevida com uso de laranja e empresas “fantasmas”.
Jair Renan se mudou para o apartamento alvo da operação ainda em 2019, logo no início do governo do pai. Quando sua mãe, Ana Cristina Valle, foi para uma mansão no Lago Sul, outra região nobre de Brasília, Renan passou a morar com ela. O imóvel ficou conhecido depois de ter sido revelado que foi comprado no nome de um corretor de imóveis, pelo valor declarado de R$ 2,9 milhões, pouco antes de Ana Cristina e Renan se mudarem para o local.
Retorno ao apartamento do pai
Em 2022, pouco antes do segundo turno das eleições, Renan deixou a casa e voltou para o apartamento do pai, onde ficou até o fim do governo. No início deste ano, o filho 04 do ex-presidente se mudou para Balneário Camburiú e ganhou um cargo no gabinete do senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC). No estado, ele tem levado uma vida de baladas, enquanto tenta crescer politicamente para se candidatar nas eleições do próximo ano.
Em um processo que tramita na Justiça de São Paulo, Bolsonaro evocou a necessidade de sustentar a sua família para pedir o desbloqueio de parte dos recursos confiscados para pagar multas pelo não uso de máscara durante a pandemia. No processo, a defesa do ex-presidente pediu a substituição da penhora em dinheiro pelo apartamento em questão.