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Ao TSE Torres mantém versão e diz que não sabe origem da minuta do golpe

Ex-secretário de Segurança Pública do DF, Torres prestou depoimento ao TSE, como testemunha em ação que pode deixar Bolsonaro inelegível

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ministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, durante coletiva sobre o combatministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, durante coletiva sobre o combate ao desmatamento ilegal e ao desmatamento ilegal 14
1 de 1 ministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, durante coletiva sobre o combatministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, durante coletiva sobre o combate ao desmatamento ilegal e ao desmatamento ilegal 14 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres manteve a versão do depoimento apresentado à Polícia Federal, em 2 de fevereiro. Em oitiva realizada no âmbito de ação Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta quinta-feira (16/3), Torres reiterou que não sabia a origem da minuta do golpe, nem quem a escreveu.

À época da tentativa de golpe, Torres chefiava a SSP-DF, mas estava nos Estados Unidos, de férias. Após os atos de vandalismo, acabou exonerado do cargo.

Em fevereiro, Torres afirmou à Polícia Federal que uma empregada, “ao arrumar a casa”,  pode ter colocado a “minuta do golpe” em uma estante. Na oportunidade, o depoente alegou que o documento foi entregue em seu gabinete no Ministério da Justiça, mas disse desconhecer quem o produziu.

No depoimento desta quinta, ele reiterou a versão. A oitiva foi realizada por videoconferência, do Batalhão de Aviação Operacional (Bavop) da Polícia Militar do Distrito Federal, no Guará 2, onde Torres está preso desde 14 de janeiro, sob suspeita de omissão nos atos terroristas de 8 de janeiro.

O advogado de Anderson Torres, Rodrigo Roca, chegou ao Bavop às 9h30. Ele acompanhou o depoimento, que durou cerca de 1h30. Na condição de testemunha no caso, Torres respondeu a todas as perguntas e também falou sobre a reunião com os embaixadores e acerca da atuação como ministro de Bolsonaro.

O resultado desta ação pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível.

Depoimento

Para a realização da oitiva, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a pedido do ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral de Justiça Eleitoral.

Gonçalves é relator da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), que investiga Jair Bolsonaro por suposto abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, em decorrência do desvio de finalidade da reunião promovida pelo ex-presidente com embaixadores, a fim de favorecer a própria candidatura à reeleição.

Na ocasião, Bolsonaro levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas, atacou o processo eleitoral e repetiu outros argumentos que haviam sido desmentidos por órgãos oficiais diante da comunidade internacional.

Moraes acredita que a oitiva de Torres também pode apresentar justificativas sobre a minuta de golpe encontrada na casa do ex-ministro, em 12 de janeiro, bem como sobre um eventual envolvimento dele na reunião dos embaixadores, em 18 de julho de 2022.

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referendou, em 14 de fevereiro, a decisão de Benedito Gonçalves de manter, na ação contra Bolsonaro que tramita na Corte, a minuta do decreto com o plano de golpe de Estado.

Processos

Das 16 Aijes que tramitam no TSE contra Jair Bolsonaro, este é o processo mais avançado. Em 19 de dezembro de 2022, o ex-ministro das Relações Exteriores Carlos França prestou depoimento na Corte.

O ex-ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro Ciro Nogueira e o ex-secretário Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência Flávio Rocha participaram de oitiva em 8 de fevereiro.

A depender das análises e do julgamento da ação, se considerado culpado, Jair Bolsonaro pode ficar inelegível por oito anos.

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