Ao TSE, Bolsonaro diz que não ataca urnas, pede “efetiva auditagem”
Presidente enviou à Corte esclarecimentos sobre as acusações de fraude no sistema eleitoral, mas não apresentou provas
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) respondeu à cobrança do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por provas ou evidências das fraudes eleitorais que tem denunciado. Em documento enviado na terça-feira (3/8) à Corte, o presidente, mais uma vez, não indícios que comprovem suas alegações e pontuou que não está atacando a segurança das urnas.
“Não se está a atacar propriamente a segurança das urnas eletrônica, mas, sim, a necessidade de se viabilizar uma efetiva auditagem”, diz a resposta do presidente, que está em sigilo no processo, mas foi obtida pelo Uol.
Antes do recesso eleitoral, o ministro Luis Felipe Salomão, do TSE, havia concedido o prazo de 15 dias para que Bolsonaro apresentasse provas sobre as supostas fraudes. O magistrado, que é corregedor-geral eleitoral, abriu procedimento administrativo em 21 de junho deste ano, em reação às acusações de Bolsonaro.
“Na realidade, é em nome da maior fiabilidade do sufrágio que há muito se tem defendido a necessidade de robustecer ainda mais o sistema eletrônico de votação com alguma medida física de auditagem imediata pelo eleitor, tão logo esse deposite o seu voto na urna e, se for o caso, mais tarde pela própria Justiça Eleitoral”, escreve o presidente na resposta.
Outro discurso
Mais cedo nesta quarta-feira (4/8), Bolsonaro voltou a atacar o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE. Em entrevista à Rádio 96 FM, do Rio Grande do Norte, o mandatário da República disse que Barroso estaria tentando ganhar a questão do voto impresso “na canetada”.
“A questão dele é pessoal comigo e ele não vai ganhar na canetada. Não estamos brigando para dizer quem é mais homem ou quem não é mais homem. É para termos a certeza de quem o povo votou vai exatamente para aquela pessoa”, declarou, na entrevista.
O chefe do Executivo federal também acusou o magistrado de estar causando todo o “tumulto” em relação à discussão sobre a pauta do voto auditável. “Quem está ocasionando esse tumulto todo é o ministro Barroso do TSE. Ninguém consegue entender por que ele não quer o voto impresso”, criticou.
Inquérito no TSE
O TSE informou que recebeu também ofício do deputado estadual Castelo Branco (PSL-SP), no âmbito do mesmo inquérito.
“As respostas serão anexadas ao inquérito administrativo aberto pelo Plenário do TSE no último dia 2 de agosto. Conforme o artigo 2 do despacho assinado pelo ministro Luis Felipe Salomão, ‘compreenderá ampla dilação probatória’. Portanto, o inquérito vai colher provas com oitivas de pessoas e autoridades, juntada de documentos, realização de perícias e outras providencias que se fizerem necessárias para a adequada elucidação dos fatos”, informou ainda a Corte eleitoral.