Ao lado de Lula, Tebet diz que “cerco se fechou” sobre Bolsonaro
Na posse de Márcio Pochmann como presidente do IBGE, ministra Simone Tebet pediu a apreensão de passaporte de Jair Bolsonaro
atualizado
Compartilhar notícia
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, fugiu do protocolo e usou parte do discurso na posse do economista Márcio Pochmann como presidente do IBGE para comentar as investigações e denúncias contra Jair Bolsonaro (PL). “Podemos dizer que o cerco se fechou contra o ex-presidente”, disse Tebet, nesta sexta-feira (18/8), ao lado de Pochamann, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice, Geraldo Alckmin (PSB).
“Graças ao trabalho da operação da Polícia Federal [no caso das joias] e dos depoimentos dados da CPI dos atos golpistas [especialmente Walter Delgatti Neto], podemos dizer que o cerco se fechou contra o ex-presidente da República. Ali está claro: está apontado como autor e mandante de tentativa de fraudes às urnas eletrônicas e fraude à decisão legítima do povo brasileiro”, disse Tebet.
“Ali estava a tentativa de violar, de atentar contra a democracia brasileira. Se me permitir o desabafo, cito Ulysses Guimarães, que diz que traidor da Constituição é traidor da pátria e que temos ódio e nojo à ditadura. Digo eu: a eles o rigor da lei, e não se enganem, que busquem o mais rápido possível apreender o passaporte. Quem fugiu para não passar a faixa para um presidente, com certeza vai tentar abandonar o Brasil para salvar a própria pele”, concluiu Tebet, antes de voltar ao discurso lido.
Veja:
Simone Tebet pede apreensão do passaporte de Bolsonaro. “Vai querer abandonar o Brasil pra poder salvar a própria pele”.
Ministra do Planejamento classificou ex-presidente como mandante de tentativas de fraude. pic.twitter.com/fgmV3ehhPh
— Metrópoles (@Metropoles) August 18, 2023
Tebet nega divergências
Na parte final do discurso, Tebet ainda mandou um recado de que não há mão-dupla em seu ministério e reforçou o alinhamento com o presidente Lula.
Excluída do processo de indicação de Pochmann, a ministra chegou a demonstrar incômodo nos bastidores, em julho deste ano, mas em público se mostrou fiel ao presidente da República e disse que estava tudo bem. O IBGE é vinculado à pasta que ela comanda.
“Encerro a minha fala dando um recado aos navegantes, dizendo que no Ministério do Planejamento e Orçamento ou em qualquer ministério do governo do presidente Lula não há duas estradas, não há dois caminhos. Não há mão e contra-mão. Nossa estrada não é de mão-dupla, mas de mão única. Todos nós caminhamos juntos no mesmo objetivo, que repito e repito de novo, é nas palavras de novo do presidente Lula: colocar o pobre no orçamento, erradicar a pobreza, diminuir a desigualdade e, acima de tudo, garantir dignidade e cidadania ao povo brasileiro”, disse Tebet.