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Anvisa proíbe venda de frango da Perdigão por suspeita de salmonella

A empresa já havia feito um “recolhimento voluntário” em diversas partes do país nessa quarta-feira (13/2)

atualizado

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Frango
1 de 1 Frango - Foto: Reprodução/Twitter

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a distribuição e comercialização no país de vários lotes de carne de frango da marca Perdigão, da BRF, como consta no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (14/2).

Conforme a Resolução nº 389, de 13 de fevereiro de 2019, publicada no DOU, a Anvisa considera e destaca na proibição o comunicado de “recolhimento voluntário” encaminhado pela BRF (donas da marca Sadia e Perdigão), em decorrência da contaminação microbiológica por Salmonella Enteritidis em diversos lotes de carne de frango produzidos pela unidade da cidade de Dourados (MS).

Além disso, a agência determina que a empresa promova o recolhimento do estoque existente no mercado referente aos lotes citados na resolução.

Recall
Nessa quarta-feira (13/2), a BRF anunciou um recall voluntário de 464 toneladas de frango com a marca Perdigão por risco de presença da bactéria salmonella.

Os lotes de alguns produtos de carne de frango in natura a serem recolhidos de forma voluntária somam 164,7 toneladas no mercado doméstico, e a ação inclui a retirada preventiva de 299,6 toneladas destinadas ao exterior, produzidas nos dias 30 de outubro e 5, 6, 7, 9, 10 e 12 de novembro de 2018 na unidade de Dourados (MS).

No anúncio, divulgado na quarta-feira, a companhia esclareceu que, “caso esses alimentos não sejam completamente fritos, cozidos, assados ou manuseados conforme descrito nas embalagens, a Salmonella Enteritidis representa risco à saúde”.

Em comunicado ao mercado disponível na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a BRF explicou também que “a decisão de recolher todos os lotes, em vez de partes da produção afetadas, segue o princípio da precaução e o compromisso da BRF com Segurança Alimentar, Qualidade e Transparência”, e que o incidente e o recolhimento dos produtos foram reportados a autoridades brasileiras, como o Ministério da Agricultura e a Anvisa, com as quais acordou as bases do recolhimento voluntário.

A companhia disse ainda que iniciou proativamente o inventário e recolhimento dos produtos em rota ou junto aos clientes no mercado interno e externo e destacou um grupo de especialistas para investigar as origens “deste único caso para garantir a adoção das medidas apropriadas para evitar recorrência”.

A produção em Dourados segue “sob um processo rigoroso de manutenção e liberação dos produtos para assegurar que a ocorrência foi pontual e não se repetirá”.

Crise
O anúncio acentua ainda mais crise exposta na BRF. A empresa teve o nome envolvido na operação Carne Fraca, deflagrada em março do ano passado, em que é acusada de omitir salmonela nos produtos.

Desde 2017, a empresa acumula resultados negativos e enfrenta uma crise de gestão. No comando desde o ano passado, o executivo Pedro Parente tem promovido uma reestruturação operacional e financeira na companhia.

O episódio, contudo, só contribuiu para elevar ainda mais a cautela dos investidores, que preferem outros papéis no setor de alimentos, especialmente a rival JBS.

Na semana passada, a BRF anunciou a conclusão do processo de vendas de ativos, que somou R$ 4,1 bilhões, abaixo das expectativas do mercado e da própria empresa, que esperava levantar R$ 5 bilhões.

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