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Anvisa já realizou 171 reuniões para aprovar uso de vacinas no Brasil

Coronavac, produzida pelo Butantan, e a AstraZeneca, pela Fiocruz, lideram o ranking com 33 e 31 reuniões, respectivamente

atualizado

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Fotografia colorida de vacina contra covid _ Coronavac _ butantan
1 de 1 Fotografia colorida de vacina contra covid _ Coronavac _ butantan - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

As análises da eficácia e da segurança são parâmetros básicos para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o uso de vacinas contra a Covid-19, doença causada pelo coronavírus.

Desde que começaram a ser fabricados os primeiros imunizantes, em 2020, a agência regulatória realizou 171 reuniões para liberar os produtos. A mais recente delas ocorreu em 23 de dezembro passado.

Atualmente, o país tem quatro vacinas com aprovação para uso e uma com autorização para importação excepcional, segundo a Anvisa.

A vacina que mais demandou encontros foi a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo. Ao todo, foram 33 reuniões, o que equivale a 19% do total.

Em seguida,  a aprovação da vacina AstraZeneca, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceira com a a Universidade de Oxford, que demandou 31 reuniões.

O ranking é composto ainda pelas 20 reuniões de discussão para liberação da vacina da Pfizer, e outras 20 para a aprovação da Janssen — que é de dose única.

Todas esses imunobiológicos conseguiram a autorização da Anvisa para fazerem parte da campanha de vacinação contra a Covid0-19.

Os dados forma analisados pelo Metrópoles com base em informações publicadas pela Anvisa em painel específico de transparência sobre o tema.

Sputnik V

Os técnicos da agência ainda liberaram a importação excepcional da vacina Sputnik V. Foram 17 reuniões até a agência concluir que a  proteção era segura e eficaz. Contudo, o Ministério da Saúde e nenhum governo estadual adquiriram o produto.

A Sputnik V ainda aparece em outras 18 reuniões, sendo 14 com o laboratório União Química e quatro com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

Tanto União Química, como o Tecpar, queriam produzir no Brasil a vacina desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia da Federação Russa, o Instituto Gamaleya. Não conseguiram. A vacna tem autorização para importação excepcional.

O caso Covaxin

Alvo de um escândalo por suspeita de superfaturamento no contrato de compra, a Covaxin acabou saindo dos planos do governo federal e teve a autorização para a importação excepcional suspensa. Foram 15 reuniões com a Precisa e nove para liberar a importação diretamente da fabricante Bharat Biotech.

A Precisa não possuía autorização para representar a Bharat Biotech no Brasil. O Ministério da Saúde pretendia comprar 20 milhões de doses e desembolsar R$ 1,6 bilhão.

Documentos obtidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid indicam possível superfaturamento na aquisição do imunizante. O valor contratado pelo governo federal, de US$ 15 por vacina (R$ 80,70), ficou acima do preço inicialmente previsto pelo laboratório Bharat Biotech, de US$ 1,34 por dose.

Outros pedidos

A vacina Convidecia, que foi objeto de cinco reuniões, teve o pedido de uso emergencial encerrado. O pedido havia sido oficialmente encaminhado em junho de 2021.

O cancelamento aconteceu por perda de legitimidade da empresa Belcher Farmacêutica do Brasil Ltda e do Instituto Vital Brazil S.A. para atuarem em nome de fabricante chinês CanSino.

Por fim, a Anvisa já realizou três reuniões para discutir a liberação da vacina Sinopharm. A mais recente dela, em setembro passado, a autarquia pediu “alinhamento de expectativas” à documentação complementar que deve ser apresentada.

A vacina da Sinopharm é produzida a partir de um vírus inativado. O imunizante é aplicado em duas doses, com um intervalo de três a quatro semanas entre elas. O produto é recomendado para pessoas acima de 18 anos de idade, de acordo com os dados conhecidos até o momento.

Campanha

Desde o início da campanha de vacinação no Brasil, em janeiro de 2021, o Ministério da Saúde já distribuiu 431 milhões de doses de vacinas. Desse total, 190 milhões são da Pfizer.

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Em dezembro de 2021, Israel tornou-se o primeiro país a anunciar a aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 no mundo. Segundo o governo, o reforço ajudaria a nação a superar uma potencial onda de infecções pela variante Ômicron
No início de 2022, o país começou a oferecer a quarta dose da vacina Pfizer/BioNtech para pessoas com mais de 60 anos e profissionais da saúde
Segundo estudo realizado em Israel, a quarta injeção em pessoas com mais de 60 anos as tornou três vezes mais resistentes ao coronavírus
O Chile e a Turquia também iniciaram a aplicação da segunda dose de reforço na população acima dos 60 anos
Os ministros da Saúde da União Europeia foram orientados, em janeiro deste ano, a se prepararem para distribuir a quarta dose do imunizante assim que os dados mostrarem que ela é necessária
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Inicialmente, apenas a população de imunocomprometidos poderia receber a segunda dose de reforço contra a Covid-19 no Brasil

Reprodução/Agência Brasil
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Em dezembro de 2021, Israel tornou-se o primeiro país a anunciar a aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 no mundo. Segundo o governo, o reforço ajudaria a nação a superar uma potencial onda de infecções pela variante Ômicron

Agência Brasil
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No início de 2022, o país começou a oferecer a quarta dose da vacina Pfizer/BioNtech para pessoas com mais de 60 anos e profissionais da saúde

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Segundo estudo realizado em Israel, a quarta injeção em pessoas com mais de 60 anos as tornou três vezes mais resistentes ao coronavírus

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O Chile e a Turquia também iniciaram a aplicação da segunda dose de reforço na população acima dos 60 anos

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Os ministros da Saúde da União Europeia foram orientados, em janeiro deste ano, a se prepararem para distribuir a quarta dose do imunizante assim que os dados mostrarem que ela é necessária

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No Brasil, nota técnica do Ministério da Saúde, emitida em dezembro de 2021, recomendou que, a partir de quatro meses, a dose fosse aplicada em todos os indivíduos imunocomprometidos, acima de 18 anos de idade, que receberam três doses no esquema primário

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Em 20 de junho, a recomendação abrangia toda a população com 40 anos ou mais

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Em Volta Redonda (RJ) e Botucatu (SP), as prefeituras ampliaram a quarta dose para idosos acima dos 70 anos, pois todos os óbitos registrados nas cidades ocorreram nessa faixa etária

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Desde então não houve redução da faixa etária

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Estados como Amazonas, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo diminuíram a faixa etária por conta própria e hoje vacinam todos os adultos com 18 anos ou mais

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Em maio, o Ministério da Saúde passou a recomendar a aplicação do segundo reforço nos idosos com 60 anos ou mais

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Até o momento, o Brasil já aplicou mais de 369 milhões de doses de vacinas Covid-19. Mais de 167 milhões de pessoas tomaram a primeira dose; 153 milhões de pessoas tomaram a segunda dose ou o imunizante de dose única (Janssen) e mais de 43 milhões já tomaram a dose de reforço.

A Anvisa garante que “vacinas aprovadas no Brasil são seguras e eficazes”. Além disso, os produtos “continuam sob o monitoramento de segurança mais intensivo da história mundial em diferentes países com forte estrutura de regulação”.

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