Anvisa fará visita à Rússia para inspeções na produção da Sputnik V
Vacina russa contra a Covid-19 ainda não tem autorização de uso emergencial no Brasil. Governadores querem liberação para compra própria
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), almirante Antônio Barra Torres, anunciou que autoridades brasileiras farão uma viagem à Rússia para realizar inspeções sanitárias no Instituto Gamaleya, produtor da vacina Sputnik V contra a Covid-19.
Nesta terça-feira (6/4), após reunião por telefone entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o presidente russo, Vladmir Putin, Barra Torres deu detalhes das próximas ações do governo. Os líderes conversam sobre fabricação da Sputnik V no Brasil.
Segundo ele, nesta quarta-feira (7/4), uma reunião definirá a data da visita. A Anvisa ainda não liberou o uso emergencial da vacina Sputnik V no Brasil.
“A Anvisa já vinha em tratativas com o Fundo Soberano Russo para que uma missão nossa fosse até a Rússia, a fim de realizar inspeções sanitárias tanto na área de produção do insumo farmacêutico, bem como da vacina propriamente dita. A Anvisa está pronta, imediatamente, se fosse o caso, para ir à Rússia, mas, é claro, há essa interlocução com nossos anfitriões”, destacou.
As articulações para a liberação da Sputnik V são grandes. Nesta terça-feira, Barras Torres se reúne com governadores para discutir a compra por parte dos Executivos locais do imunobiológico. Na sexta-feira (9/4), o presidente da Anvisa conversará com o embaixador russo no Brasil, Alexey Labetskiy.
Barra Torres comentou brevemente a liberação da vacina no país. “Ela está em análise. Nós tivemos recentemente, inclusive, um aporte maior de documentos, então estamos trabalhando no sentido de analisar os documentos recebidos com a mesma atenção e rapidez que já fizemos nos outros protocolos vacinais que já foram autorizados”, frisou.
De acordo com dados publicados na revista científica The Lancet, o imunizante tem eficácia global de 91,6% contra casos sintomáticos de Covid-19. A fórmula deve ser aplicada em duas doses, em um intervalo de 21 dias. Em 12 de março, o Ministério da Saúde assinou um contrato para a compra de 10 milhões de doses.