1 de 1 Mulher de óculos e máscara mostrando agulha com vacina
- Foto: Igo Estrela/Metrópoles
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde e o Ministério Público Federal (MPF) investigam o caso de crianças vacinadas contra a Covid-19, doença causada pelo coronavírus, com doses indicadas para adultos e vencidas.
A imunização errada ocorreu em Lucena, na Paraíba. Pelo menos 60 crianças com idades entre 4 e 11 anos foram imunizadas incorretamente.
A Secretaria de Saúde da Paraíba informou que as crianças vacinadas apresentaram reações leves, como febre e dor no local da injeção.
Neste domingo (16/1), o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, informou que a pasta está acompanhando o caso.
“Está sendo apurada essa vacinação errônea. Essas doses foram aplicadas antes da chegada da vacina pediátrica, que são distintas”, afirmou, em entrevista ao canal de notícias CNN Brasil.
Lá, a vacinação teve início sete dias antes da chegada do lote exclusivo para crianças, quando ainda não haviam vacinas disponíveis para essa faixa etária no município.
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A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnaty
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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos
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A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco
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Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil
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Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações
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De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos
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Contudo, desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a Anvisa vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de apoiadores do presidente e de grupos antivacina
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Para discutir imunização infantil, o Ministério da Saúde abriu consulta pública e anunciou que a vacinação pediátrica teria início em 14 de janeiro. Além disso, a apresentação de prescrição médica não será obrigatória
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Inicialmente, a intenção do governo era exigir prescrição. No entanto, após a audiência pública realizada com médicos e pesquisadores, o ministério decidiu recuar
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De acordo com a pasta, o imunizante usado será o da farmacêutica Pfizer e o intervalo sugerido entre cada dose será de oito semanas. Caso o menor não esteja acompanhado dos pais, ele deverá apresentar termo por escrito assinado pelo responsável
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Além disso, apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacina
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Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi grave
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Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em crianças
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Nos Estados Unidos, a imunização infantil teve início em 3 de novembro. Até o momento, mais de 5 milhões de crianças já receberam a vacina contra Covid-19. Nenhuma morte foi registrada e eventos adversos graves foram raros
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A decisão do Ministério da Saúde de prolongar o intervalo das doses do imunizante contraria a orientação da Anvisa, que defende uma pausa de três semanas entre uma aplicação e outra para crianças de 5 a 11 anos
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A Prefeitura de Lucena informou que “uma auxiliar aplicou indevidamente e sem autorização as vacinas”. O Executivo municipal destaca ainda que “está pondo a disposição das famílias acompanhamento médico e [também está] monitorando as crianças”.
As primeiras doses da vacina para este público começaram a chegar aos estados na sexta-feira (14/1). O Ministério da Saúde permitiu a vacinação de crianças de 5 a 11 anos em 6 de janeiro.
O imunizante a ser aplicado é o fármaco desenvolvido pela Pfizer — até o momento, única fórmula autorizada pela Anvisa para esse público.
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