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Anvisa diz que testes podem não detectar nova cepa do coronavírus

A mutação do novo coronavírus vem se espalhando rapidamente e se tornando dominante na Inglaterra

atualizado

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O diretor da Anvisa diz que devemos fazer tudo ao nosso alcance
1 de 1 O diretor da Anvisa diz que devemos fazer tudo ao nosso alcance - Foto: Michael Melo/ Metrópoles

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou nesta sexta-feira (1º/1) para a incapacidade de determinados testes detectarem uma variante do novo coronavírus. Ela foi encontrada primeiro no Reino Unido e já está presente no Brasil, conforme dois casos reportados em São Paulo.

A Anvisa informou, por meio de nota técnica, que alguns tipos de ensaios podem não identificar essa nova cepa, mas que a maioria dos testes correntes no país usa métodos com alvos múltiplos, capazes de identificar a mutação, o que reduziria o impacto no diagnóstico.

Mais contagiosa, a mutação do novo coronavírus vem se espalhando rapidamente e se tornando dominante na Inglaterra. A variante vem sendo chamada de SARS-CoV-2 VUI 202012/01 (variante sob investigação ano 2020, mês 12, variante 01) ou cepa B.1.1.7.

Conforme sequenciamento feito no Reino Unido, a nova cepa tem 14 mutações, uma delas relacionada ao gene S do vírus. Segundo a Anvisa, a nova cepa pode não ser detectada por ensaios que utilizam exclusivamente o gene S como alvo ou por testes desenvolvidos utilizando esse mesmo gene como referência.

“A variante VUI 202012/01 identificada em diferentes países apresenta mutação que afeta o gene S, utilizado como alvo em diferentes ensaios diagnósticos, o que pode levar à incapacidade de detecção do vírus se este for o único alvo ou referência do modelo diagnóstico”, adverte a agência.

Na nota, os técnicos da Anvisa ressaltam que existem no País diversos produtos seguros e eficazes para diagnóstico da cepa variante. A agência recomendou que os laboratórios adotem medidas que favorecem o diagnóstico, “como a utilização de produtos voltados a diferentes alvos virais”.

“A maioria dos ensaios moleculares do tipo PCR regularizados no Brasil utilizam mais de um alvo, o que reduziria o impacto ao diagnóstico. Os laboratórios devem estar atentos às informações das instruções de uso dos produtos comerciais e aqueles que utilizam metodologia in house também devem estar cientes deste potencial problema”, alertou a Anvisa.

Conforme a nota da Anvisa, estudos preliminares já indicaram que a variante do vírus é mais transmissível do que as anteriores, mas não existem ainda informações suficientes para determinar se é capaz de provocar quadros mais graves da Covid-19, alterações na resposta de anticorpos e na eficácia da vacina.

A Anvisa destacou que são comuns mutações genéticas em vírus e que elas geralmente não provocam alterações significativas, nem impactam na sua propagação.

“São necessárias investigações laboratoriais complexas para compreender as implicações”, informou a agência.

Vacinas

A Anvisa também divulgou um quadro atualizado das vacinas em análise no País. Nenhuma das quatro (AstraZeneca/Fiocruz, Sinovac/Butantan, Pfizer e Janssen) teve ainda pedido de uso emergencial ou de registro submetido à agência.

Segundo a Anvisa, a vacina de origem russa Sputnik V não consta no quadro porque o pedido de anuência do estudo ainda está em análise.

“Não consideramos ainda como uma vacina em teste no Brasil. Assim que a agência concluir a análise do pedido de estudo, poderá ser incluída e todos poderão acompanhar o andamento”, destacou a assessoria de comunicação do órgão.

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