Anvisa determina recolhimento de fórmulas infantis após óbito suspeito
Investigações nos EUA apontam 3 infecções e um óbito de bebês por bactérias após uso das fórmulas. Brasil recebeu lotes investigados
atualizado
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, na quinta-feira (3/3), a importação, comercialização, distribuição, propaganda e uso de fórmulas infantis em pó das seguintes marcas: Similac, Alimentum e EleCare, todas fabricadas pela Abbott Nutrition.
A determinação foi publicada após a agência receber um alerta internacional de recolhimento voluntário dos produtos fabricados na planta de produção de Sturgis, em Michigan (Estados Unidos).
A Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) investiga quatro internações de bebês com menos de seis meses de idade após o consumo os produtos — um deles morreu. Segundo a Anvisa, três das crianças apresentavam infecções pela bactéria Cronobacter sakazakii, e uma por Salmonella Newport.
Como identificar se o produto está suspenso?
De acordo com a Anvisa, houve distribuição dos produtos da Similac para o Brasil. As fórmulas suspensas são das marcas Similac, Alimentum e EleCare, da Abbott Nutrition, com os seguintes códigos grafados na rotulagem ou embalagem (veja na imagem abaixo):
- Os dois primeiros dígitos do código entre 22 a 37;
- Contendo K8, SH ou Z2;
- Com data de validade de 01-04-2022 (abril de 2022) ou posterior.
Caso o cliente encontre uma fórmula com os dígitos citados pela Anvisa, a orientação é de não consumir o produto, além de entrar em contato com a Abbott para realizar devolução.
“Se encontrar um dos lotes recolhidos, orientamos não consumir o produto ou oferecer para o consumo por bebês e entrar em contato com a Abbott Laboratórios do Brasil Ltda., pelo telefone08008912690 ou e-mail nutricaobrasil@abbott.com, para receber orientações de como fazer a devolução do produto”, informou a agência reguladora.
Investigações
Segundo o FDA, há vários resultados positivos da bactéria Cronobacter em amostras ambientais colhidas na Abbott Nutrition de Michigan. Registros internos da empresa, analisados pelo FDA, também apontam contaminação ambiental por Cronobacter sakazakii.
De acordo com a Abbott, análises laboratoriais não detectaram as bactérias nos produtos, e o recolhimento seria preventivo.
Além dos EUA e do Brasil, os seguintes países tiveram produtos recolhidos: Austrália, Bahrein, Barbados, Bermudas, Canadá, Chile, China, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Egito, Guam, Guatemala, Hong Kong, Índia, Indonésia, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Malásia, México, Nova Zelândia, Omã, Peru, Porto Rico, Qatar, Arábia Saudita, Cingapura, África do Sul, Sudão, Taiwan, Tailândia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Vietnã.
Outro lado
Ao Metrópoles, a Abbott Brasil afirmou que todos os produtos vendidos no Brasil são seguros. “Na Abbott, a saúde e a segurança de nossos consumidores é uma prioridade. Nenhum produto nutricional da Abbott vendido no Brasil está afetado por este recolhimento. Nossos produtos são seguros, sinta-se confiante para utilizá-los”, informou a empresa.