Anvisa alerta que Coronavac pode ter sido alvo de “adulteração”
Caso é investigado no Maranhão desde maio. Agência enviou ofício às secretarias de Saúde, com recomendações de uso e segurança
atualizado
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou as secretarias estaduais de Saúde sobre frascos da vacina Coronavac que podem ter sofrido “adulteração”.
Em ofício, o órgão federal informou que, desde maio, técnicos investigavam possível episódio de falsificação, notificado no estado do Maranhão.
Durante a investigação, o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo e fabricante da vacina, foi contatado para avaliar o produto suspeito, e verificar se o material não mantinha mais suas características originais.
“De acordo com a apuração, houve reaproveitamento de um frasco vazio de Coronavac para introdução de um líquido diferente do da vacina dentro do recipiente, bem como o uso de uma cola para fixar o lacre de alumínio à tampa”, destaca a agência, em nota.
Diante dessa ocorrência, a Anvisa solicitou que os aplicadores de vacina observem se os frascos mantêm as características originais e os dispositivos de segurança intactos.
A agência recomenda ainda que os frascos sejam inutilizados depois de esvaziados, e que qualquer irregularidade seja comunicada à Anvisa.
Menos doses
Em abril, a Anvisa investigou frascos de vacina da Covid-19 com número de doses inferior à quantidade informada. Ao menos 15 estados e o DF denunciaram esse tipo de problema na vacinação. O Ministério da Saúde orientou que estados registrem casos.
Em comunicado, o Butantan atribui a diferença no número de doses a discrepâncias no processo de aplicação. Segundo o instituto, o tipo de seringa e a forma da vacinação poderiam influenciar nessa divergência.
Em março, a Anvisa autorizou que o Butantan alterasse o volume do frasco da Coronavac, para evitar desperdício. O volume passou de 6,2 ml para 5,7 ml – quantidade que deveria ser suficiente para 10 doses, considerando que cada aplicação é de 0,5 ml.