Antonio Palocci fecha acordo de delação premiada com a PF
O ex-ministro dos governos Lula e Dilma (PT) foi preso em setembro de 2016. Ele cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro
atualizado
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O ex-ministro Antonio Palocci assinou acordo de delação premiada com a Polícia Federal. As negociações para a colaboração vinham ocorrendo desde que o político foi preso, em setembro de 2016. A informação é do jornal O Globo, divulgada nesta quinta-feira (26/4). A expectativa em torno dos depoimentos de Palocci é grande. Assim que a delação for homologada pela Justiça, novas figuras políticas podem responder por corrupção.
Fontes na PF confirmaram que a colaboração premiada do ex-ministro foi acertada entre as partes. O político procurou a corporação após a negociação com o Ministério Público não avançar. PF e MPF travam uma disputa no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre quem pode assinar acordos de colaboração e o modelo a ser utilizado.
Ainda não se tem notícia sobre a abrangência do conteúdo da delação de Palocci. Um dos temas a serem explicados pelo ministro são as contratações por grandes empresas de sua consultoria, a Projeto. Desde o início das investigações contra Palocci, a PF suspeita do uso da empresa para recebimentos de valores provenientes de esquemas de corrupção em órgãos públicos comandados pelo PT, entre eles, a Petrobras.
Relatório da Receita Federal anexado à operação Omertá revelou que o Projeto Consultoria Empresarial e Financeira, empresa de Palocci, recebeu R$ 81,3 milhões de 47 empresas, entre 2006 e 2015. Os valores recebidos são de, ao menos, três bancos, uma holding ligada ao setor farmacêutico, uma empresa de planos de saúde, uma montadora de veículos e uma companhia do setor de alimentos.
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, na ação penal sobre a compra de um terreno para o Instituto Lula pela Odebrecht, Palocci incriminou o ex-presidente ao detalhar supostos encontros entre o petista e o empreiteiro Emílio Odebrecht para tratar de vantagens indevidas.
Liberdade negada
No último dia 12, o ex-ministro teve um pedido de liberdade negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em junho de 2017, Antonio Palocci foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 12 anos e dois meses de reclusão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A execução da pena, no entanto, não teve início porque o caso não foi julgado em segunda instância. Ainda assim, a sentença condenatória determinou a manutenção da prisão preventiva. Palocci foi ministro dos governos Lula e Dilma e até a eclosão da Lava Jato era considerado um dos nomes mais fortes do PT. (Com informações da Agência Estado)