Antes de desaparecer, jornalista britânico fotografou homens armados
Segundo o coordenador da Univaja, Paulo Dollis, Phillips teria tirado foto de três homens que estavam armados fazendo ameaças a indígenas
atualizado
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De acordo com o coordenador da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Paulo Dollis, o jornalista britânico Dom Phillips teria fotografado, no último sábado (4/6), três homens armados que faziam ameaças aos indígenas. Phillips e Bruno Araújo, experiente indigenista, estão desaparecidos desde domingo. Eles foram vistos pela última vez no Vale do Javari, no Amazonas.
“Três pessoas ameaçaram a equipe que estava lá, equipe de vigilância da Univaja. O Bruno e o jornalista também estavam com essa equipe. Inclusive, o jornalista tirou as fotos de quando eles estavam mostrando armas de fogo para eles [Bruno e Dom]. Entendeu?”, explicou Dollis em um áudio.
“Então é isso, tá, pessoal. A gente não tem mais informações. A equipe de busca que tá fazendo busca ativa, vai estar entrando novamente amanhã, até encontrar alguma coisa ou algum vestígio”, declarou o coordenador da união.
Escute o trecho:
De acordo com Paulo Doliis, coordenador da Univaja, @domphillips fotografou três homens armados que faziam ameaças aos indígenas. As ameaças registradas por Dom ocorreram no sábado, um dia antes de ele e Bruno desaparecerem. Abaixo, o audio do depoimento de Paulo. pic.twitter.com/V33PN2Pzl6
— Yan Boechat (@Yanboechat) June 7, 2022
A Polícia Federal (PF) deteve, na noite de segunda-feira (6/6), dois pescadores de São Rafael suspeitos de estarem envolvidos no desaparecimento do indigenista e do jornalista. A informação foi confirmada pelo próprio Paulo Dollis, ao Metrópoles.
De acordo com o coordenador-geral da entidade, os suspeitos são “Churrasco” e “Jâneo”, dois invasores de terras conhecidos por moradores e que já ameaçaram Bruno. Paulo Barbosa afirma que ainda há um terceiro suspeito, “Pelato”, que tem a PF em seu encalço.
O desaparecimento dos dois ganhou repercussão internacional na segunda-feira. Dom e Bruno se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que fica próxima ao Lago do Jaburu. O jornalista pretendia fazer algumas entrevistas com integrantes da comunidade que residem no local.
Eles viajavam com uma embarcação nova, de 40 cavalos, e 70 litros de gasolina, o que seria suficiente para a viagem.
Depois de ter enviado homens e um lancha para o local do desaparecimento, na manhã desta terça-feira (7/6), a Marinha do Brasil mandou também um helicóptero do 1º Esquadrão de Emprego Geral do Noroeste, duas embarcações e uma moto aquática.
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