Anitta e Felipe Neto prometem pagar multas por desobediência ao TSE
Famosos reagiram à decisão que impôs multa de R$ 50 mil para cada manifestação política no Lollapalooza
atualizado
Compartilhar notícia
A pop star Anita e o influenciador digital Felipe Neto disseram, na tarde deste domingo (27/3), nas redes sociais, que vão ajudar artistas a pagarem multas se forem penalizados pela Justiça por causa de manifestações políticas durante o Lollapalooza. O festival chega ao terceiro e último dia, em São Paulo. “Vai cagar”, indignou-se a cantora.
Anitta e Felipe Neto estão no grupo de diversos artistas e políticos que criticaram a decisão do ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que acatou pedido do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, para proibir manifestações políticas no festival. Ele impôs multa de R$ 50 mil para cada ato do tipo no festival, que tem sido marcado por críticas ao governo.
Veja o vídeo, abaixo:
“Não existe isso de proibir um artista de expressar publicamente a infelicidade dele perante o governo que está rolando no exato momento. Entendo a questão de fazer campanha política para candidato. Acho que realmente cada um vota em quem quer. Porém proibir a gente de expressar a nossa insatisfação com o governo atual, isso é censura, isso é 1900 e bolinha, que o povo não podia fazer nada”, estrilou Anitta.
A cantora, que subiu ao palco com Miley Cyrus no sábado (26/3) no festival, disse que não quer ver o país retroceder. “A gente não quer voltar para a estaca zero, não, pelo amor de Deus. E eu vou lutar com todas as minhas armas. Ah vai botar multa de não sei quantos, então a gente paga, querido. Digam, aí, os meus amigos que quiserem se manifestar, eu pago a multa de vocês. Ah, vai cagar”, desabafou, no Stories do Instagram.
Mais cedo, Anita já havia ironizado o valor da multa e criticado a decisão, que também foi chamada de “censura” por diversos artistas e políticos. “50 mil? Poxa… menos uma bolsa. FORA BOLSONAROOOOO. Essa lei vale fora do país? Pq meus festivais são só internacionais”, escreveu ela, no Twitter, em resposta a um advogado que publicou a íntegra da decisão que ele classificou como “grave”.
50 mil? Poxa… menos uma bolsa. FORA BOLSONAROOOOO. Essa lei vale fora do país? Pq meus festivais são só internacionais. 🤷🏽♀️
— Anitta (@Anitta) March 27, 2022
Em sua publicação, Felipe Neto estimulou artistas a não se intimidarem com a perseguição do governo Bolsonaro, que tem sido fortemente criticado durante manifestações políticas no festival.
“Artistas no Lolla, Mtos não podem lidar com a perseguição do governo. Caso sejam perseguidos por se posicionarem, nosso movimento Cala Boca Já Morreu se dispõe a ajudá-los com a defesa. Se alguém for condenado e precisar, eu ajudo a pagar essa multa ilegal. Enfrentem!”, afirmou Felipe Neto.
Artistas no Lolla,
Mtos não podem lidar com perseguição do governo.
Caso sejam perseguidos por se posicionarem, nosso movimento Cala Boca Já Morreu se dispõe a ajudá-los com a defesa.
Se alguém for condenado e precisar, eu ajudo a pagar essa multa ilegal.
Enfrentem! pic.twitter.com/TgHp6mtvkL
— Felipe Neto 🦉 (@felipeneto) March 27, 2022
No sábado (26/3), o ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acatou pedido do PL, partido de Bolsonaro, para barrar as manifestações políticas, um dia depois de a cantora Pabllo Vittar levantar uma bandeira com a imagem do ex-presidente Lula, durante sua apresentação.
Na decisão, o ministro considerou a manifestação dos artistas como propaganda político-eleitoral. O magistrado proibiu “a realização ou manifestação de propaganda eleitoral ostensiva e extemporânea em favor de qualquer candidato ou partido político por parte dos músicos e grupos musicais que se apresentem no festival”.
O ministro do TSE é o mesmo que negou, na última quarta-feira (23/3), a retirada de outdoors com imagens do presidente Jair Bolsonaro (PL) de avenidas da cidade de Rondonópolis (MT).