Anielle defende Benedita: “Ao invés de vítimas, seremos algozes”
Deputada Benedita da Silva foi chamada de “Chica da Silva” pela também parlamentar Carla Zambelli (PL-SP)
atualizado
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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, saiu em defesa da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) nesta quarta-feira (3/7). A parlamentar foi chamada de “Chica da Silva” pela também deputada Carla Zambelli (PL-SP).
“Como Benedita, como Jeferson, como Vini Jr., como Dandara, como Marielle, como Bianca, Marinete, a gente resiste neste país que insiste em dizer que o racismo não existe. Mas a gente está aqui para comprovar e dizer que, ao invés de sermos vítimas do racismo, seremos algozes”, destacou Anielle.
A fala da ministra foi feita durante sessão conjunta das Comissões de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados nesta quarta.
Ela também descreveu Chica da Silva como uma mulher “inteligente, estrategista, que lutou e sobreviveu às mazelas do racismo que assolam o nosso país”.
Entenda
Por meio das redes sociais, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) pediu desculpas a Benedita da Silva, após chamá-la de “Chica da Silva” durante uma live. A declaração foi feita enquanto Zambelli reclamava de não ter poder de fala na Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, em Maceió (AL).
“Deputada Benedita, conforme já falamos e me desculpei pela confusão no nome, a senhora sabe que isso passa longe de querer lhe ofender, muito pelo contrário, até porque a história de Chica é uma linda trajetória de coragem e determinação. Um abraço”, disse Zambelli.
“Eu não vou ter poder de fala, né? Eu não vou falar porque provavelmente… Não sei por que que não vou falar. Parece que já foi montada pela Secretaria da Mulher, que é a Chica da Silva”, afirmou.
Chica da Silva, nascida Francisca da Silva de Oliveira, foi uma mulher escravizada que viveu no Brasil durante o século 18. Ela conseguiu a alforria e acumulou riqueza e poder, o que rompeu barreiras sociais e raciais, à época. A história dela inspirou obras e virou um símbolo de resistência.
Benedita da Silva é a atual coordenadora da Secretaria da Mulher na Câmara dos Deputados.