Anestesista colombiano é indiciado por mais 2 crimes em outro hospital do RJ
Anestesista Andres Eduardo Onate Carrillo estuprava vítimas durante cirurgias e filmava as cenas. Acusado foi preso em casa
atualizado
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A polícia indiciou o médico anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, suspeito de estuprar pacientes durante cirurgias e gravar as atos, por mais dois crimes, em outra unidade de saúde, também do Rio de Janeiro: estupro de vulnerável e exercício ilegal de profissão.
Desta vez, a conclusão do inquérito da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) é relativa ao abuso ocorrido no Hospital Estadual dos Lagos, em Saquarema, em 15 de dezembro de 2020.
No início da semana, o médico havia sido indiciado por abusar de uma paciente sedada. O caso ocorreu em 5 de fevereiro de 2021, no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, conhecido como Hospital do Fundão.
Após ser preso, em 16 de janeiro, o acusado admitiu ter cometido dois estupros, um no hospital universitário e outro no no Hospital Estadual dos Lagos. Como são circunscrições diferentes, foram abertos dois inquéritos. A polícia representou pela prisão preventiva do acusado.
Há ainda uma terceira investigação contra Andres por posse, armazenamento e produção de pornografia infantil.
Exercício ilegal
No caso do hospital estadual, Andres não tinha Certificado de Registro Médico (CRM) e não havia regularizado sua função como médico estrangeiro. Portanto, não poderia desempenhar a função de anestesista, cargo para o qual estava escalado. Ele substituía uma profissional da unidade.
A médica substituída alegou, durante o depoimento, que o coordenador do hospital sabia das trocas, e que ela pagou R$ 2 mil por um turno de 24h a Andres. Na conclusão do inquérito, a irregularidade foi confirmada por meio de ofício do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
Além da restrição de atuação do profissional, a polícia anexou ao inquérito o relatório final de anestesia da paciente vítima de estupro no hospital estadual. Apesar de o nome do suspeito constar como anestesista, o documento tem apenas a assinatura e o carimbo do médico que dividia as funções com ele.
Estagiário
No inquérito relativo ao Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o colombiano estava terminando um curso de especialização em anestesia e foi admitido como estagiário. Na função, ele não poderia atuar como médico em nenhum hospital, tampouco anestesiar um paciente.
As investigações contra o médico começaram em dezembro de 2022, após o compartilhamento de informações pelo Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (Secopi), da Polícia Federal.
Abuso infantojuvenil
As investigações apontam que o médico mantinha mais de 20 mil arquivos com imagens de abuso sexual de crianças e adolescentes em seus computadores. De acordo com a polícia, entre as imagens, havia registros que incluíam bebês com menos de 1 ano.
Além de armazenar conteúdo com imagens de crianças, Andres filmava e colecionava imagens de estupros contra pacientes anestesiadas em procedimentos cirúrgicos em hospitais públicos e particulares do Rio de Janeiro.
“A partir de agora, a polícia espera avançar nas investigações, levantando todas as unidades nas quais o médico trabalha, e encontrar novas possíveis vítimas. A captura ocorreu após ações de inteligência e monitoramento pela equipe da DCAV. Todos os materiais apreendidos com o suspeito serão analisados”, informou a PCRJ.