André Almada sobre festas clandestinas: “Falta empatia e fiscalização”
Em entrevista ao Metrópoles, o empresário falou sobre os impactos da pandemia de Covid-19 no setor de eventos e entretenimento
atualizado
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Responsável por casas noturnas em São Paulo e no Rio de Janeiro, o empresário André Almada condenou, em entrevista ao Metrópoles, a realização de festas clandestinas em todo o país e cobrou mais fiscalização. “É uma falta de empatia, de responsabilidade. Tanto as pessoas que frequentam quanto os organizadores deveriam ter mais consciência”, afirmou.
“Acredito também que há uma deficiência, e até mesmo negligência, do poder público de não fiscalizar essas festas clandestinas. As autoridades têm instrumentos, informações. Acho que deveriam fazer uma força-tarefa para coibir esses eventos ”, avaliou (confira a partir de 6’).
O empresário falou dos impactos do longo período de restrições em decorrência da pandemia Covid-19. “O setor de eventos foi um dos mais afetados, se não o mais afetado. Porque é um setor que tem aglomeração”, disse. “Tenho colaboradores com quem trabalho há 15 anos, pais de família, que estão passando necessidade.”
Almada afirmou não ter planos de retomar as atividades tão cedo. “Não temos nenhuma perspectiva de retorno”, disse. O empresário destacou que o público que frequenta as casas noturnas está no fim da fila da vacinação contra a Covid-19. “É muito difícil fazer um evento sem que as pessoas se aglomerem, mesmo que todos os cuidados sejam tomados”, disse.
O empresário também cobrou mais diálogo do poder público com os empresários do setor. “As autoridades, infelizmente, não veem o entretenimento como uma cadeia que gera empregos e receitas. E a gente está à deriva”, afirmou (18 ’40”). Almada contou ter feito parte de uma iniciativa para propor um modelo de reabertura segura de bares e casas noturnas na cidade de São Paulo (SP). “Foi pedido a nós, antes das eleições, um protocolo. Nós fizemos. Mas, infelizmente, nada aconteceu. O poder público, para nós, tem sido totalmente omisso, ineficiente”, disse.
Na entrevista, Almada comentou a repercussão negativa de um evento realizado em uma das casas noturnas sob sua responsabilidade, no Rio de Janeiro (RJ), em dezembro de 2020: “Cumprimos todas as regras, foi dentro da legalidade. Mas peço desculpas para quem se sentiu ofendido”.
O empresário também falou sobre alternativas para manter contato com o público, como lives e, mais recentemente, o aplicativo Clubhouse, mas destacou que, para ele, nada substituirá as tradicionais baladas de antes da pandemia do novo coronavírus.
Confira a entrevista: