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- Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, negou, neste domingo (26/6), ter conversado com o presidente Jair Bolsonaro (PL) para alertá-lo sobre a operação da Polícia Federal (PF) que prendeu Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação.
“Diante de tanta especulação sobre minha viagem com o presidente Bolsonaro para os EUA, asseguro categoricamente que, em momento algum, tratamos de operações da PF”, escreveu Anderson Torres.
A discussão sobre uma suposta conversa entre Torres e Bolsonaro teve início após a divulgação de uma ligação telefônica entre Milton Ribeiro e uma de suas filhas. Na ligação, interceptada pela Polícia Federal (órgão vinculado ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública), Ribeiro afirmou que Bolsonaro estava com um “pressentimento” de que fariam busca e apreensão em sua residência.
Ribeiro foi preso na quarta-feira (22/6) durante a operação Acesso Pago, da PF, que investiga esquema de corrupção no Ministério da Educação. O ex-ministro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, suspeitos de participarem do esquema, foram liberados pela Justiça na sexta-feira (24/6).
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Milton Ribeiro, nascido em 1958, é advogado, pastor, professor e teólogo brasileiro. Natural de São Vicente, em São Paulo, é ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro
Isac Nóbrega/PR
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Antes de virar ministro, Milton Ribeiro já colecionava uma série de polêmicas. Em uma delas, postou no canal que tinha no YouTube palestra em uma Igreja Presbiteriana, em 2016. À época, afirmou apoiar o castigo físico em crianças
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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“Essa ideia que muitos têm de que a criança é inocente é relativa. Um bom resultado não vai ser obtido por meios justos e métodos suaves”, disse. Segundo ele, as crianças “devem sentir dor”. Um dia após tomar posse no Ministério da Educação, no entanto, retirou o vídeo da plataforma e, mais tarde, afirmou nunca ter falado sobre o assunto
Reprodução/YouTube
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Em 2018, o ex-ministro afirmou que universidades incentivavam alunos a fazerem “sexo sem limites”. “Para contribuir ainda mais, em termos negativos, para o sexo veio a questão do existencialismo. Não importa se é com homem ou mulher”, disse. “É isso que eles estão ensinando para os nossos filhos na universidade”, completou
Reprodução/Redes Sociais
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Além disso, Ribeiro afirmou que universidades devem ser para poucos e que reitores de federais não podem ser “esquerdistas” ou “lulistas”. “Eu acho que reitor tem que cuidar da educação e ponto final, e respeitar quem pensa diferente. As universidades federais não podem se tornar comitê político de um partido A, de direita, e muito menos de esquerda”, relatou
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Durante a pandemia, Milton também criticou professores que defendiam a vacinação de crianças para o retorno das aulas. “Infelizmente, alguns maus professores fomentam a vacinação deles, que foi conseguida. Agora, querem a imunização das crianças. Depois, com todo o respeito, para o cachorro, para o gato. Querem vacinação de todo jeito. O assunto é: querem manter escola fechada”, disse
Isac Nóbrega/PR
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No fim de 2020, Ribeiro alegou que a nota do Enem de 2021 não poderia ser utilizada para o Sisu, Prouni ou Fies. Segundo ele, para ter acesso aos programas, era necessário utilizar notas de exames anteriores. Após manifestações contrárias, o Ministério da Educação negou as falas do chefe
Fábio Rodrigues/Agência Brasil
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Durante uma entrevista, Milton Ribeiro relacionou a homossexualidade a “famílias desajeitadas”. “Acho que o adolescente, que muitas vezes opta por andar no caminho do 'homossexualismo' (SIC), tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe”, afirmou
Isac Nóbrega/PR
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Em 2021, quando ainda era ministro, declarou que a inclusão de alunos com deficiências na mesma turma que alunos sem deficiências “atrapalhava o aprendizado dos outros, porque a professora não tem equipe e não tem conhecimento para dar atenção especial”. Segundo ele, “existem crianças com um grau de deficiência que é impossível a convivência”
Reprodução/Tv Brasil
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No início de 2022, um áudio onde Milton Ribeiro afirma priorizar repasses da Educação a determinadas prefeituras e a pedidos do presidente Bolsonaro ganhou o noticiário. Apesar de, logo em seguida, negar a existência de irregularidades, bem como o envolvimento de Bolsonaro, Ribeiro passou a ser objeto de pedidos de investigação
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, afirma Ribeiro em conversa gravada. “A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, declarou o então ministro
Arthur Menescal/Especial Metrópoles
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Na manhã de 22 de junho, a Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-ministro da Educação durante a Operação Acesso Pago, que investiga esquema de corrupção durante a gestão dele à frente do MEC. No mandado de prisão, o juiz elencou ao menos quatro crimes que teriam sido cometidos por Ribeiro: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência
Vinicius Schmidt/Metrópoles
Neste domingo, Torres ressaltou que não alertou o presidente Jair Bolsonaro sobre a operação da PF. “Absolutamente nada disso foi pauta de qualquer conversa nossa na referida viagem. #VamosEmFrente”, escreveu. Veja a publicação.
Diante de tanta especulação sobre minha viagem com o Presidente Bolsonaro para os EUA, asseguro CATEGORICAMENTE que, em momento algum, tratamos de operações da PF. Absolutamente nada disso foi pauta de qualquer conversa nossa, na referida viagem. #VamosEmFrente
Apuração da Polícia Federal, obtida pelo jornal Folha de S.Paulo, aponta que o pastor Arilton Moura teve 63 passagens em um hotel de Brasília, utilizado como espaço para negociação de verbas federais com prefeitos. O líder religioso Gilmar Santos tem uma passagem pelo hotel, aponta a PF.
A investigação também mostra que Arilton chegou a se hospedar na mesma data e hotel que Luciano de Freitas Musse, ex-assessor do MEC, em uma das visitas a Brasília.
O hotel Grand Bittar era utilizado pelos pastores para negociar a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a prefeitos.
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