Ancine nega repassar verbas para comercialização do filme “Marighella”
A produção, cinebiografia do guerrilheiro comunista, foi dirigida pelo ator Wagner Moura e custou R$ 10 milhões
atualizado
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Após os polêmicos comentários de Jair Bolsonaro (PSL) sobre produções financiadas pela Agência Nacional de Cinema (Ancine), a produtora O2 filmes teve dois pedidos de recurso negados para a comercialização de “Marighella”. A produção é uma cinebiografia do guerrilheiro comunista, com direção de Wagner Moura.
A decisão foi tomada por unanimidade pela diretoria nesta terça-feira (27/08/2019). Um dos pedidos negados foi o requerimento do ressarcimento de despesas de mais de R$ 1 milhão, pagas com dinheiro da produtora. Já o segundo questionava se a verba para comercialização do filme poderia ser adiantada.
Em nota, a O2 afirmou que os pedidos estão “dentro da ilegalidade”.
A negação de recursos foi comemorada por Carlos Bolsonaro (PRTB-RJ), pelo Twitter. Na postagem, ele chamou a quantia de “bagateia” e disse que a película teria sido aprovada em outros tempos.
A produtora do filme Marighella, dirigido por Wagner PIÇÓU Moura, a ‘O2’, pleiteou à ANCINE a bagatela de R$1.000.000 para um suposto ‘ressarcimento de despesas’. Pedido negado! Noutros tempos o desfecho seria outro, certamente com prejuízo aos cofres públicos. @Conexaopolitica
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) 29 de agosto de 2019
No festival de Berlim, “Marighella” estreou sob aplausos, em fevereiro deste ano. A produção que custou R$ 10 milhões registra os últimos cinco anos da vida do ativista, até ser assassinado por militares em 1969.
O filme deve chegar ao Brasil no dia 20 de novembro.
A negativa da verba foi feita no momento em que o órgão audiovisual está sendo reavaliado pelo Poder Executivo. Bolsonaro tem tentado ter mais controle sobre as produções. Ele chegou a comentar que pretende extinguir a agência, caso não consiga um “filtro de conteúdo”.