Anatel tem aumento de ataques hackers após decisão que bloqueou do X
Após a decisão do STF de bloquear o X, a agência observou um aumento esperado nesses ataques, o que ocasionou instabilidades
atualizado
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A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sofreu aumento nos ataques cibernéticos após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para bloquear a rede X, de Elon Musk, no Brasil.
Segundo informações da agência, “como uma organização pública de grande relevância, é alvo frequente de ataques cibernéticos, especialmente em circunstâncias que envolvem temas sensíveis. Após a decisão do STF de bloquear o “X”, a Agência observou um aumento esperado nesses ataques, o que ocasionou instabilidades momentâneas em seus sistemas e redes”.
De acordo com a Anatel, em resposta aos ataques, a equipe de tecnologia da informação da Anatel “agiu de forma contínua para mitigar os impactos e garantir a segurança das operações”.
“Os sistemas foram prontamente restabelecidos, e medidas adicionais foram adotadas para fortalecer a infraestrutura de rede, assegurando a continuidade dos serviços prestados à sociedade”, disse a agência em nota.
A Anatel foi a responsável por notificar as operadoras de internet do país sobre a decisão judicial, que determinou o bloqueio do X (antigo Twitter) no Brasil. A agência fez um trabalho de comunicar mais de 20 mil operadoras que atuam no território brasileiro.
O prazo dado por Moraes para a Anatel atuar junto às operadoras foi de 24 horas. Os ataques sofridos pela Anatel ocorreram após o dia 30, quando o ministro já havia determinado a suspensão do X.
No STF
No mesmo dia em que havia forte atrito entre o ministro Alexandre de Moraes e o dono da rede X, Elon Musk, devido a uma ordem para o bilionário cumprir determinações judiciais da Suprema Corte, sob pena de suspensão da rede social, os sistemas do STF também foram alvo de ataques hackers.
No dia 29 de agosto, que era o prazo de resposta do X, ocorreram milhares de acessos simultâneos com o intuito de desequilibrar a rede do STF.
Os sistemas chegaram a ficar inoperantes por 10 minutos, mas a equipe técnica do tribunal agiu rapidamente, retirou os serviços do ar e implementou novas camadas de segurança, impedido prejuízos ao sistema. De acordo com informações da Corte, “não houve nenhum prejuízo operacional ao Tribunal”.
Em 28 de agosto, Moraes emitiu um mandado de intimação digital contra o dono do X, Elon Musk. No documento, o magistrado determinou que a empresa identificasse um representante legal no Brasil em 24h, sob pena de tirar a plataforma do ar caso a decisão não fosse cumprida.
No dia 29, Elon Musk publicou diversas provocações contra o ministro, e às 20h07, quando o prazo para a rede social cumprir a decisão judicial acabou, o perfil administrativo do X afirmou que não cumpriria, de fato, a determinação.
Suspensão do X
No dia 30, Moraes determinou a suspensão imediata, completa e integral do funcionamento do X no Brasil. A decisão vale até que todas as ordens judiciais proferidas pela Corte sejam cumpridas, e as multas, pagas. Além disso, deve ser indicado representante legal da plataforma no Brasil.
Antes de tomar a decisão, Moraes acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR), que deu parecer favorável ao bloqueio. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, ressaltou que o X poderia ter recorrido, mas optou por desprezar as determinações da mais alta Corte do país.
A Anatel foi notificada, encaminhou a ordem à operadoras e o site foi bloqueado, pelo menos pelas maiores, como Vivo, Claro e Tim.