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Análise: Bolsonaro está “queimado pra caramba” no continente

Depois de apoiar uma candidatura derrotada na Argentina, o presidente vê candidatos negarem o seu apoio em outros países

atualizado

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Jair Bolsonaro em evento do Sebrae
1 de 1 Jair Bolsonaro em evento do Sebrae - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A política vive de ciclos, mas a forma que o político escolhe viver esse momento define como ele será reconhecido pelos seus pares e pela história. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), optou por viver com altas doses de adrenalina ideológica a onda de direita que atingiu partes do continente sul-americano.

Mal havia começado a campanha presidencial na Argentina e ele já posava ao lado do candidato que iria ser derrotado dali a alguns meses, Maurício Macri. Do ponto de vista econômico, trata-se nada mais, nada menos, do terceiro país que mais faz comércio com o Brasil. É importante, em nome do bem-estar da população e da prosperidade da nossa sociedade, termos uma boa relação com os vizinhos. Seja quem for o presidente.

Macri, apoiado por Bolsonaro, era de direita. Alberto Fernández, o vencedor, de esquerda. Bolsonaro sequer ligou para parabenizá-lo, uma vez revelado o resultado das urnas. Até mesmo o seu guru político, Donald Trump, desejou boa sorte ao argentino.

Pouco antes, em um contexto distante das eleições, o brasileiro resolveu dar pitacos na história chilena, ao citar o assassinato do pai da ex-presidente Michelle Bachelet como um ato de “coragem” da ditadura de Augusto Pinochet. Bachelet é de esquerda e disse ter “pena” dos brasileiros em função do presidente. O atual presidente, Sebastián Piñera, é de direita, e foi contra a declaração do brasileiro. De lá para cá, pouco se ouviu falar de contatos entre ambos.

No último fim de semana, o Uruguai teve eleições presidenciais. Com quatro candidatos competitivos no páreo, a decisão foi para um segundo turno. Em breve, irão concorrer nas urnas Daniel Martínez, ex-prefeito de Montevidéu que faz parte da Frente Ampla, de esquerda, e Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, de direita.

Em sua campanha, Pou recebeu o endosso do presidente brasileiro. Mas negou. Ele disse que não via “com bons olhos” que um presidente opine sobre assuntos internos de outro país. Com isso, se afastava de Bolsonaro. E da sua carga de adrenalina ideológica.

O brasileiro, porém, teve um candidato para chamar de seu no Uruguai, Guido Maníni Rios, um general da reserva que citava o presidente de cá com frequência. Terminou em quarto lugar, com 10,8% dos votos.

Recentemente, o partido de Bolsonaro, o PSL, implodiu. A crise teve início com uma fala de Bolsonaro de que o presidente do partido, Luciano Bivar, estaria “queimado pra caramba“. Bolsonaro, igualmente, vem se indispondo com os pares de continente. A situação é tal que chega ao ponto de sequer aqueles que comungam das ideias direitistas quererem aparecer ao seu lado. Queimado pra caramba.

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