Amigos de ministro têm R$ 36 mi em contratos com prefeitura de irmã
Reportagem revelou que pelo menos quatro empresas ligadas ao ministro Juscelino Filho têm contratos com a prefeitura de Vitorino Freire
atualizado
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Empresas de amigos, ex-assessoras e da cunhada do ministro das Comunicações do Governo Lula, Juscelino Filho, têm contratos milionários com a prefeitura de Vitorino Freire, no Maranhão. A prefeita do município, Luanna Rezende, é irmã do ministro.
A relação entre as empresas e Juscelino foi revelada em reportagem do Estadão desta sexta-feira (3/2). Os contratos, que totalizam R$ 36 milhões, foram pagos entre 2015 e 2022 com verbas do orçamento secreto e emendas parlamentares, segundo o jornal.
Uma das empresas é a Arco Construções, que fechou pelo menos 9 contratos com a prefeitura para construir escolas, praças, estradas, totalizando R$ 16,2 milhões. Duas ex-assessoras do gabinete de Juscelino são sócias dessa empresa.
Essa empresa é administrada por Antônio Tito, marido de uma das ex-assessoras de Juscelino. Antônio, por sua vez, é irmão de Diogo Tito, sócio da empresa Mubarak, que tem R$ 4,8 milhões em contratos com a prefeitura de Vitorino Freire (MA), segundo o Estadão.
Visita sem registro
Ainda de acordo com o jornal, o agora ministro Juscelino recebeu Diogo Tito no seu gabinete sem registrar na agenda oficial, na segunda semana de janeiro.
Outra empresa que teria relação com o ministro é a Maranhão Asfaltos, que fechou três contratos de R$ 1,3 milhão com a prefeitura. A sócia-administradora da empresa é Aline Cavalcanti Fialho Vale, cunhada de Juscelino.
A reportagem ainda cita a empresa Construservice, que fechou R$ 14,1 milhões em contratos com a prefeitura do município baiano, sendo que parte desse recurso foi para o asfaltamento de uma estrada que beneficia fazendas da família de Juscelino.
Outro lado
Advogados do ministro Juscelino afirmaram ao Estadão que ele não é sócio das empresas e não foi responsável por contratá-las.
Já a prefeita Luanna Rezende, irmã de Juscelino, não comentou o assunto. Antônio Tito respondeu ao jornal dizendo que todas as licitações vencidas foram legais.