Amigo de médicos executados deixou quiosque 20 minutos antes do crime
Por meio de imagens, é possível ver que o homem chegou às 23h34 e pagou a conta às 0h39, quando foi embora. Três médicos morreram
atualizado
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Um amigo dos médicos que foram assassinados em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, escapou do crime por 20 minutos. O homem, que não teve o nome divulgado, chegou ao local às 23h34 e pagou a conta às 0h39, quando foi embora. Os criminosos chegaram e atiraram contra o grupo às 0h59.
O crime aconteceu na madrugada da última quinta-feira (5/10). Três médicos foram mortos e um quarto ficou ferido. As imagens que mostram a movimentação foram obtidas pelo Fantástico e divulgadas nesse domingo (8/10).
Os médicos estavam no Rio para um congresso de ortopedia. De acordo com a polícia, eles foram mortos por engano, após o médico Perseu Ribeiro Almeida ter sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa.
Por meio de imagens de câmeras e outras informações, os investigadores refizeram o caminho dos médicos do aeroporto até o momento que foram executados e descartaram que qualquer um dos integrantes do grupo tenha se envolvido em algum tipo de desavença na cidade antes de serem baleados.
As vítimas do ataque são Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, que sobreviveu após levar 14 tiros e está em recuperação em um hospital; Diego Ralf Bomfim, 35 anos, morreu no Hospital Lourenço Jorge após ser socorrido; Marcos de Andrade Corsato, 62 anos e Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos, que morreram na hora.
A reportagem apresentada pelo Fantástico também mostrou como o carro usado no crime pelos bandidos, um Fiat Pulse, passou por avenidas movimentadas na Barra da Tijuca até ser abandonado na Cidade de Deus, também na zona oeste.
Vingança: médicos não eram alvo
A polícia investiga o caso como uma ação de vingança de traficantes pela morte de Paulo Aragão Furtado, o Vin Diesel, que teria tido a participação do miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa. Foi com Taillon que o médico Perseu Ribeiro Almeida foi confundido, segundo as investigações.
No dia seguinte ao assassinato dos médicos, os corpos de quatro homens foram encontrados em dois carros abandonados na zona oeste do Rio. Informações colhidas pelos investigadores indicam que a cúpula do Comando Vermelho ficou bastante incomodada com a ação por engano no quiosque na Barra da Tijuca e convocou uma reunião na localidade conhecida como Cabaret, no Complexo da Penha.
No local, os chefes da facção criminosa ordenaram que os quatro da chamada Equipe Sombra pagassem com a vida pelo erro cometido horas antes. Os criminosos mortos foram identificados como Philip Motta Pereira, o Lesk, o corpo dele estava no veículo localizado na Gardênia; Ryan Nunes de Almeida, o Ryan, ele integrava o grupo liderado por Lesk, chamado de Equipe Sombra; Thiago Lopes Claro da Silva, integrante da quadrilha, segundo a polícia e, Pablo Roberto da Silva dos Reis, integrante da quadrilha, segundo a polícia.
Os corpos foram localizados pela Delegacia de Homicídios, com o apoio da inteligência da polícia: três estavam dentro de um carro na Rua Abrahão Jabour, nas proximidades do Riocentro; e outro se encontrava no segundo veículo, na Avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão, na Gardênia Azul.
A Polícia Civil já tem elementos que ligam ao menos um dos homens encontrados mortos ao ataque feito contra os médicos que estavam em um quiosque na Barra da Tijuca: Ryan Almeida. Segundo apuração do RJ2, um parente de Ryan o reconheceu nas imagens da ação, e confirmou em depoimento que ele é o atirador que aparece saindo do banco do carona.