Amigo detalha envolvimento de empresário desaparecido com milicianos
Além de trabalhar e frequentar reuniões com paramilitares, Alberto Romano manifestava medo de criminoso e chegou a comprar carro blindado
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de janeiro – A principal linha de investigação sobre o sumiço do empresário Alberto Cesar Romano, de 33 anos, desaparecido desde 24 de setembro, tem como principal fundamento o depoimento de um amigo do empresário, prestado na última terça-feira, dia 28, na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). O relato reforça a hipótese de que Alberto foi executado por milicianos e que seu cadáver acabou ocultado.
De acordo com reportagem do jornal O DIA, o relato do colega revela que o empresário tinha uma rotina de trabalho para milicianos, com quem se reunia em um espaço em Paciência, na zona oeste, em encontros de duas a três horas. Era o amigo, que trabalha como motorista, quem levava Alberto às reuniões.
Ele contou aos investigadores ainda que o jovem tinha medo do miliciano Danilo Dias, o Tandera, e que fazia pagamentos de propinas a agentes penitenciários.
Segundo o amigo, foram pelo menos menos nove reuniões com milicianos no Haras Verão Vermelho, em Paciência, espaço que é citado nos inquéritos que apuram a atuação do miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto em junho, que usava o local para encontros com a família.
A reportagem mostra ainda que Romano, segundo o amigo, fazia terraplanagem e legalização de terrenos comercializados pela milícia, outro fator que corrobora a linha de investigação. A polícia suspeita que o desaparecimento do empresário esteja ligado a transações imobiliárias com a milícia.
Ainda no depoimento, o amigo conta que, por medo de Tandera, que disputa a liderança dos paramilitares após a morte de Ecko, Romano chegou a comprar um carro blindado. No entanto, mesmo com o inquérito ainda em andamento, a DDPA acredita que o irmão de Ecko, Luís Antônio Braga, o Zinho, esteja por trás da morte de Romano.