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Ameaças não intimidaram Fachin, mas ele admite temer por familiares

Em entrevista à GloboNews, questionado sobre julgamentos importantes neste ano eleitoral, ministro disse que TSE cumprirá sua função

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Ministro Edson Fachin
1 de 1 Ministro Edson Fachin - Foto: Michael Melo/Metrópoles

“Sou grato por prestar esse serviço. Minha família não fez essa opção e espero que não sofra consequências por isso”, declarou o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), durante entrevista no programa Roberto D’ávila, exibida na noite desta terça-feira (27/3), pelo canal GloboNews.

Num dos trechos mais fortes da conversa com o apresentador, Fachin admitiu que ele e sua família têm sido alvo de ameaças. Mas o ministro não detalhou há quanto tempo nem como essas ameças vêm sendo feitas. O togado tampouco as relacionou com algum fato específico. Deu a atender que fazem parte da missão de relatar os principais casos de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo figuras proeminentes no país.

“Tento fazer meu trabalho de forma racional e sistemática, independentemente de desagradar ou agradar”, disse, antes de enfatizar que, contudo, essa é uma opção dele, mas não de seus familiares. “Já solicitei algumas providencias para a Polícia Federal (PF) e à presidente do STF. Nem todos os instrumentos foram agilizados. Mas, eu ando preocupado com isso, e esperando que não troquemos fechadura de uma porta já arrombada também nesse tema”, declarou.

Logo no início da entrevista, Fachin reconheceu que a presidente do STF, Cármen Lúcia, tem atendido seus pleitos, como ao reforçar a equipe da Lava Jato, designando mais juízes e servidores para lidarem com as ações decorrentes da operação.

Questionado sobre importantes julgamentos que devem acontecer neste ano eleitoral, Fachin  ressaltou que “o que será feito no TSE [Tribunal Superior Eleitoral, Corte da qual o ministro faz parte] não será nem mais nem menos do que aquilo que está na Constituição, como por exemplo, em relação a ficha limpa”.

Delação e HCs
Ele também se manifestou quanto ao instituto da colaboração premiada, uma vez que o STF tem revisto acordos que não foram cumpridos, como no caso dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da holding J&F. “Nós estamos atentos a esse tema e tenho levado as questões ao plenário. Nós começamos o exercício de praticar a lei, mas é preciso estar atento a eventuais casos que ultrapassarem os limites da Constituição e suas garantias”, afirmou. “A fixação da pena é decisão do tribunal e a palavra final é do juiz”, completou.

Durante o programa, o ministro do STF também foi questionado sobre o habeas corpus preventivo apresentado pelos advogados de defesa do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Em análise preliminar, o ministro negou o pedido da defesa e encaminhou o caso ao plenário. Nesta semana, quando o tribunal decidiu que o instrumento era válido e deveria ser julgado em plenário, Fachin votou pelo “não conhecimento” do HC.

“A presidente [do STF] entendeu que a notícia justificaria o HC, do ponto de vista do julgamento. Se há uma controvérsia, o melhor lugar para dirimi-la é no julgamento”, afirmou, sem, contudo, querer adiantar seu voto na segunda fase de apreciação do HC do ex-presidente Lula, a ser retomada em 4 de abril.

 

 

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