Ameaças à Anvisa: “É inaceitável qualquer intimidação”, diz Pacheco
Presidente do Senado Federal criticou a politização em relação às decisões técnicas da agência reguladora, como a da vacinação infantil
atualizado
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se manifestou, nesta segunda-feira (20/12), em defesa dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que têm sofrido ameaças, e criticou a politização em relação às decisões da agência reguladora.
O parlamentar, todavia, não citou o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL), que reclamou de diretores da Anvisa que aprovaram a vacinação de crianças contra a Covid-19. A partir disso, servidores passaram a sofrer novas ameaças.
“Em nome da Presidência do Senado, me solidarizo com os colaboradores, direitos, servidores da Anvisa, na pessoa do seu presidente, almirante Barra Torres. É inaceitável qualquer intimidação ou ameaça por decisões que são tomadas livre e autonomamente, por uma agência reguladora com critérios técnicos e científicos”, declarou Pacheco.
“É lamentável que haja esse tipo de politização, capaz até de levar a discussão à raia de intimidações e ameaças desse tipo. A Anvisa tem a solidariedade e o apoio irrestrito para fazer o enfrentamento que precisa ser feito desta pandemia, e é necessário que este enfrentamento seja por critérios técnicos e científico e não por qualquer outro critério”, acrescentou.
Apesar da autorização da Anvisa para uso do imunizante Pfizer em crianças de 5 a 11 anos, divulgada na última quinta-feira (16/12), ainda não há expectativa para o início da imunização desse público no Brasil. Cabe ao Ministério da Saúde adquirir doses para essa população e incluí-la no Programa Nacional de Imunização contra a Covid.
Após Bolsonaro constranger os servidores, a Anvisa divulgou nota, na qual disse repudiar e repelir “com veemência” qualquer ameaça “explícita ou velada que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias” do órgão. A agência reguladora informou, na tarde do domingo (19/12), que registrou novas ameaças nas últimas 24 horas e pediu proteção policiais aos seus servidores em todo o país.