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Amazônia tem 1/5 das mortes de ativistas ambientais no mundo

Relatório de ONG informa que 1.910 ativistas foram mortos no mundo desde 2012, e cita caso de Dom Phillips e Bruno Pereira, mortos em 2022

atualizado

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protesto pela morte do indigenista bruno pereira e jornalista britânico dom phillips - Metrópoles
1 de 1 protesto pela morte do indigenista bruno pereira e jornalista britânico dom phillips - Metrópoles - Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

Um relatório da ONG britânica Global Witness aponta que, de 2012 a 2022, 1.910 ativistas ambientais e defensores da terra foram mortos no mundo. O documento elaborado pela organização não-governamental destaca que, no ano passado, de 177 ativistas ambientais assassinados, 39 morreram na Amazônia, o que torna o bioma um dos mais perigosos para proteger no planeta.

Desde 2014, já são 296 mortes na região amazônica. Esta foi a primeira vez que a ONG, que mapeia assassinatos de ativistas ambientais e pelo direito da terra desde 2012, documentou os ataques no bioma. No ano passado, ao menos 11 indígenas foram mortos defendendo as suas terras. Muitas dessas mortes, segundo relatório, estão ligadas à atividade de mineração.

“As comunidades indígenas são desproporcionalmente visadas, mas desempenham um papel fundamental na proteção da floresta tropical – agindo como administradores dos ecossistemas dos quais depende a vida na Terra”, pontuou a organização.

O relatório mostra ainda que quase nove em cada dez assassinatos registrados no ano passado aconteceram na América Latina. O país mais letal do mundo para ativistas ambientais é a Colômbia, que desbancou o Brasil com 60 mortes no ano passado e 382 desde 2012. O Brasil registrou 376 assassinatos no mesmo período de 11 anos.

Apesar da quantidade de assassinatos, a ONG aponta que poucos são responsabilizados na Justiça. 

Um dos casos citados no relatório é o do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, mortos no Vale do Javari, no Amazonas, em junho do ano passado. Eles foram mortos após registrarem pesca ilegal na região. O caso teve ampla repercussão no Brasil e no mundo.

Outro caso relatado no documento é o do assassinato do ativista José Gomes, de 61 anos, conhecido como Zé do Lado. Ele, sua companheira, Márcia Nunes Lisboa, de 39, e da filha dela, Joane Lisboa, de 17, foram mortos em janeiro do ano passado, no interior do Pará. O ribeirinho protegia as tartarugas da região.

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Jornalista e indigenista foram assassinados no Amazonas
Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. Ele dedicou a carreira à proteção dos povos indígenas. Nascido no Recife, tinha 41 anos. Ele deixa esposa e três filhos
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Jornalista e indigenista foram assassinados no Amazonas

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Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. Ele dedicou a carreira à proteção dos povos indígenas. Nascido no Recife, tinha 41 anos. Ele deixa esposa e três filhos

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Arquivo pessoal
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Garimpo fluvial em trecho do Rio Madeira

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O ativista ambiental José Gomes, 61 anos, sua companheira, Márcia Nunes Lisboa, de 39, e da filha dela, Joane Lisboa, de 17 anos foram brutalmente assassinados em janeiro do ano passado, no Pará

Reprodução/TV Liberal

Pesquisadora e consultora da Campanha de Defensores da Terra e do Meio Ambiente na Global Witness, Gabriella Bianchini explica que a maioria dos casos é ligada a conflitos de terra. A Amazônia registra tantas mortes, segundo ela, “porque vivem ali milhares de defensores e porque é uma região vista como caminho para o progresso e o lucro”.

“É visto pelos destruidores como uma fronteira de desenvolvimento que precisa ser explorada”, ressaltou.

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