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Amazônia: mais de 90% do desmatamento em 39 anos foi para abrir pastos

O avanço da área de pastagem na Amazônia nos últimos em quase quatro décadas fez com que, em 2023, 14% do bioma fosse pasto

atualizado

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Nos últimos 39 anos, mais de 90% do desmatamento na Amazônia foi para a abertura de pastos. Os dados fazem parte da análise de imagens de satélite por técnicos do MapBiomas, que traz o panorama da degradação no bioma entre 1985 e 2023.

O crescimento da área de pastagem na Amazônia foi de mais de 363%, saltando de aproximadamente 12,7 milhões de hectares para 59 milhões de hectares. Esse aumento fez com que, em 2023, 14% do bioma fosse composto por pastos.

Mais de 13% da perda líquida da vegetação nativa da Amazônia ocorreu na região de Amacro – local formado pela junção dos estados do Acre, Amazonas e Rondônia. Nesse espaço, houve uma expansão de 6,9 milhões de hectares de pastos.

O MapBiomas aponta que o desmatamento direto para a agricultura teve seu ápice em 2004, com 147 mil hectares desmatados de forma direta para uso agrícola. O número caiu nos anos seguintes, influenciado diretamente pela Moratória da Soja, acordo comercial entre o governo federal, a sociedade civil e a indústria que estabelece o compromisso de não comprar soja produzida em áreas desmatadas da Amazônia.

Também houve o aumento das pastagens sobre as áreas úmidas do bioma, que perderam 3,7 milhões de hectares no período analisado. Desse total, 3,1 milhões de hectares foram convertidos em pastagem e 441 mil hectares foram transformados em áreas agrícolas.

Uso das terras

Na Amazônia, entre 1987 e 2020, 77% da área desmatada virou pasto, mantendo a mesma finalidade em 2020. Já 12% dos locais desmatados tiveram como primeiro uso pastagem, porém, em 2020 voltaram a ser vegetação nativa, ou seja, estavam em processo de regeneração no final do período analisado.

A análise mostra que 8% foram desmatados para pastagem e a partir de 2020 se apresentaram como agricultura. 2% das áreas desmatadas foram para agricultura e apresentaram o mesmo uso em 2020.

Os estados de Tocantins, Maranhão e Rondônia foram os que apresentaram maior expansão de pastagem, analisando somente o território dentro da Amazônia. No Tocantins, o desmatamento saltou de 33% para 74%; Maranhão foi de 14% para 48%; e Rondônia de 6% para 39%.

Além disso, Tocantins, Maranhão e Rondônia são as unidades da Federação com menor proporção de vegetação nativa na Amazônia, com 21%, 46% e 59%, respectivamente.

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