Amazônia Azul: entenda a possível expansão do território brasileiro
O IBGE incluiu a Amazônia Azul no Atlas Geográfico Brasileiro e espera aval da ONU. A região é rica em biodiversidade e petróleo
atualizado
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O Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) atualizou o mapa do Sistema-Costeiro-Marinho do país. A atualização inclui agora a Amazônia Azul, uma região marítima sob jurisdição brasileira no Atlas Geográfico Brasileiro. Com essa mudança, o mapa oficial do Brasil agora mostra todo o território nacional, incluindo suas áreas marítimas.
O novo mapa segue as delimitações da Marinha e contempla a expansão de território reivindicada pelo governo federal. A ampliação ainda depende de aval da Comissão de Limites da Plataforma Continental da Organização das Nações Unidas (ONU).
A região conhecida como Amazônia Azul compreende a superfície do mar, águas sobrejacentes ao leito do mar, além de solo e subsolo marinhos comprendidos na área atlântica que se extende a partir do litoral até o limite exterior da Plataforma Continental brasileira.
A Amazônia Azul é uma das principais vias de transporte do comércio exterior brasileiro. A alta biodiversidade e o território extenso fez com que a região fosse batizada de Amazônia Azul, por possuir semelhanças com a Amazônia Verde.
O local possui grande biodiversidade marinha, reservas de petróleo e gás e outros recursos minerais, além da influência sobre o clima brasileiro. A Amazônia Azul possui uma área equivalente a 67% do território terrestre brasileiro.
A inclusão da Amazônia Azul garante que todos os órgãos governamentais e instituições de pesquisa utilizem o mesmo mapa oficial do território brasileiro. A delimitação precisa do local facilita a gestão ambiental e a proteção da biodiversidade marinha.
Parte do território brasileiro
O coordenador de Meio Ambiente do IBGE, Therence de Sarti, disse que é importante que os brasileiros entendam a Amazônia Azul como parte do território do Brasil.
“Tínhamos um Sistema Costeiro-Marinho que não estava integrado à Amazônia Azul, uma área territorial que o Brasil está pleiteando reconhecimento pela Organização das Nações Unidas (ONU). A integração das bases, portanto, é fundamental. Esperamos contribuir com a gestão sustentável da biodiversidade costeira e marinha, desde a sua popularização na educação básica, até o apoio ao estabelecimento de políticas públicas”, afirmou Sarti.
A chefe do Setor do Meio Biótico do IBGE, Luciana Temponi, frisa que com o reconhecimento internacional de parte da Amazônia Azul será possível realizar a expansão das águas jurisdicionais brasileiras, e a recomendação da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm) sobre o uso desse limite.
“A partir de agora, estamos alinhados com outras instituições do governo e de pesquisa no que se refere à área jurisdicional brasileira. É um ganho relevante para o Brasil, envolvendo questões políticas, econômicas, bem como de proteção e conservação”, pontua Luciana.
O IBGE, a Marinha do Brasil e o Ministério do Meio Ambiente planejam dividir a Amazônia Azul em áreas menores para facilitar a gestão e o estudo dessa região.