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Amazônia: alertas de desmatamento têm pior outubro da série histórica

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cerca de 904 km² foram alvo de alerta no mês passado

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Imagem colorida mostra desmatamento na Amazônia / Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra desmatamento na Amazônia / Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A área sob alerta de desmatamento na Amazônia chegou a 904 km² em outubro, índice recorde para o mês. Os números foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta sexta-feira (11/11).

O dado é o mais alto desde o início da série histórica do Deter-B, sistema do Inpe que monitora eventos climáticos, em 2015. O número representa aumento de 3% em relação a outubro de 2021.

A situação é ainda mais alarmante se considerada a evolução dos alertas entre agosto e outubro. O índice saltou de 2.779 km² em 2021 para 4.020 km² neste ano. O aumento chega a 44,65%.

O Inpe ainda ressalta que os dados sobre queimadas na Amazônia também são alarmaentes. O total de focos entre janeiro e outubro já é 49,5% maior que no ano anterior. “Foram 101.215 de janeiro a outubro deste ano, ante 67.715 nos mesmos meses de 2021”, ressaltou o órgão.

De acordo com o instituto, as taxas atuais de desmatamento serão herdadas pela gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já que os índices são calculados sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte.

Na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), o desmatamento chegou a 13.038 km² em 2021, maior taxa em 15 anos. O número representa alta de 73% em relação a 2018. De acordo com Marco Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, há uma “corrida” de criminosos ambientais para ampliar o desmate até o fim do mandato de Bolsonaro.

“Neste fim de mandato, há uma corrida de criminosos ambientais para derrubar a floresta, aproveitando o fato de que ainda têm um parceiro sentado na cadeira da presidência da República”, pontuou.

COP 27

Na próxima segunda-feira (14/11), Lula embarca para o Egito, onde participará da 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 27. O evento teve início no último domingo (6/11) e contará com a participação de representantes de mais de 150 países — incluindo membros da atual gestão brasileira.

Durante a COP26, em Glasgow, no Reino Unido, o governo do presidente Jair Bolsonaro, que se encerra no dia 31 de dezembro de 2022, fechou acordos importantes para proteção do meio ambiente, como a neutralização de dióxido de carbono até 2028, redução das emissões de metano em até 30% e o compromisso para reverter a perda florestal e a degradação do solo até 2030.

Entretanto, a gestão atual não executou ações concretas para cumprir os acordos e chega ao Egito sem apresentar bons resultados sobre a preservação do meio ambiente e a redução de gases de efeito estufa.

“Enquanto Lula está a caminho do Egito para se reunir com líderes do mundo inteiro na tentativa de resgatar a imagem do Brasil, Bolsonaro continua no país, implementando sua agenda de destruição ambiental”, opinou o secretário-executivo do Observatório do Clima.

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