Alvo de privatização, Correios tem 2ª menor média salarial de estatais
Média de rendimento mensal dos 98.101 empregados dos Correios é de R$ 4.266, conforme mostra relatório do Ministério da Economia
atualizado
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Com pedido de privatização em trâmite no Senado Federal, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) tem a segunda menor média salarial entre as estatais.
Embora a justificativa para a privatização seja a de “sanar as despesas, gerar receitas e vagas de trabalho para o país, e acelerar a economia”, os Correios têm, com 98.101 empregados, média de rendimentos mensais de R$ 4.266. Ao mesmo tempo, funcionários de outras empresas sob o controle da União chegam a ter remuneração de R$ 34,1 mil, em média.
O maior salário é R$ 50.080; o menor, R$ 1.327. A informação consta em documento divulgado, nesta sexta-feira (21/1), pelo Ministério da Economia sobre os benefícios negociados pelas empresas sob controle da União.
Veja:
Entre os benefícios, está a garantia de estabilidade contra dispensa sem justa causa para empregados com HIV e aids. O vale-alimentação/refeição é de R$ 1.172,96.
O relatório aponta que, entre as empresas citadas, somente a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), vinculada ao Ministério da Defesa, tem média salarial menor que a dos Correios. O maior salário da empresa é de R$ 15.167; o menor, R$ 1.275; a média é de R$ 2.124.
Nesse caso, os servidores têm auxílio-creche de R$ 310; auxílio por filho excepcional de R$ 220; cesta básica de R$ 458; e auxílio-funeral de R$ 2.750.
Salário médio
De acordo com o levantamento, o salário médio pago a funcionários de empresas estatais chega a R$ 34,1 mil.
O compilado aponta que as três empresas com maior salário médio da lista são a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), com R$ 34 mil; o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com R$ 31 mil; e a Petrobras, R$ 25 mil.
A última ainda contém o caso de um funcionário que, mesmo sem ter cargo de diretor, recebe salário mensal de R$ 145.184. O alto valor decorre de benefícios acumulados nos vencimentos, ao longo dos anos.
Privatizações
Esta é a segunda vez que o Ministério da Economia divulga relatório que descreve os benefícios concedidos a funcionários de empresas estatais federais, na tentativa de estimular as privatizações. Auxílio-babá e auxílio-refeição, acima da faixa dos R$ 1 mil, são alguns dos dados apontados pelo relatório, que compila informações até julho de 2021.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, aposta nas privatizações de empresas públicas como uma das principais soluções para conter a crise fiscal no país, agravada pela pandemia da Covid-19. O gestor federal alega que algumas dessas empresas são ineficientes e custam caro para o país.