Alvo de dossiê, Gilmar Mendes diz que “lavajatismo” invadiu a Receita
O ministro do Supremo Tribunal Federal foi apontado por “possíveis fraudes de corrupção e tráfico de influência”, entre outros crimes
atualizado
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Alvo de um dossiê da Receita Federal, o ministro do Supremo Tribunal (STF) Gilmar Mendes disse que o “lavajatismo” invadiu o órgão, em entrevista ao Blog do Josias. Ele faz referência a um grupo especial de fiscalização, criado em maio de 2018, para investigar agentes públicos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Gilmar Mendes e a esposa, a advogada Guiomar Mendes, foram apontados por “possíveis fraudes de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência”.
Foi apurado pelo Fisco que “o tráfico de influência normalmente se dá pelo julgamento de ações advocatícias de escritórios ligados ao contribuinte ou seus parentes, onde o próprio magistrado ou um de seus pares facilita o julgamento”.
O ministro afirmou ao blog que “o grupo realiza investigações policialescas, que nada têm a ver com a Receita” e solicitou, em 17 de fevereiro, ao presidente do Supremo, Dias Toffoli, que tome providências sobre o caso. Mendes classificou a investigação como “abuso de poder”. Para ele, os auditores se consideram “cães farejadores’, mas não são mais do que “gatos sem o mínimo de preparo”.
Toffoli acionou o Ministério da Economia, que informou apurar se houve algum ato ilícito dos investigadores. Sobre o trabalho do grupo, a Receita se posicionou e afirmou que poderia haver uma auditoria fiscal, pois as informações iniciais sobre o ministro “podem ou não resultar, de forma motivada, em abertura de procedimento de fiscalização”.
Durante o governo de Michel Temer, congressistas, autoridades governamentais, magistrados, procuradores e servidores do próprio Fisco foram alvo dos auditores.