Alvo de bandidos em Araçatuba era agência bancária com R$ 90 milhões
Mecanismo de segurança do banco destruiu cédulas. Ação dos bandidos deixou três mortos e cinco feridos
atualizado
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O ataque de bandidos à cidade de Araçatuba (SP) em 30 agosto, que deixou moradores da região em estado de pânico, tinha como alvo uma agência do Banco do Brasil com cerca de R$ 90 milhões em cédulas armazenadas.
Um mecanismo de segurança do banco, no entanto, destruiu as notas e impediu que os criminosos levassem a quantia. A dinâmica do esquema de proteção foi revelada por fontes ouvidas pelo portal Uol, em reportagem divulgada neste sábado (18/9).
Cenas da invasão à cidade foram gravadas por moradores e divulgadas nas redes sociais. A quadrilha contava com armas de grosso calibre, explosivos e carros potentes.
O grupo fez moradores reféns e utilizou cidadãos como escudos humanos. Durante a ação, três pessoas morreram e cinco ficaram feridas.
Fontes ouvidas pelo Uol contam que o grupo invadiu a agência e explodiu a sala-cofre, que tem aproximadamente 15 m². Nesse momento, foi acionado um mecanismo de destruição das cédulas com lâminas e tinta.
O dinheiro ficou inutilizável. Quando esse mecanismo é acionado, o Banco Central emite novas notas, sem prejuízo financeiro. De acordo com a reportagem, trata-se da primeira vez que o sistema de segurança, instalado neste ano, foi utilizado.
Após fracassar na ação, o grupo seguiu para outras duas agências bancárias. A quadrilha arrecadou aproximadamente R$ 2 milhões em dinheiro vivo e cerca de R$ 5 milhões em joias, de acordo com fontes ligadas à investigação.
A Polícia Federal apura o caso. Na última terça-feira (14/9), foram cumpridos 20 mandados de busca apreensão e um de prisão temporária, expedidos pela 1ª Vara Federal de Araçatuba (SP). Oito pessoas foram presas.
Terror
Na madrugada do dia 30 de agosto, moradores de Araçatuba, que fica a cerca de 500 km de São Paulo, viveram momentos de terror. Os criminosos usaram reféns sobre carros e ainda de escudo humano para assaltar bancos e fugir da polícia.
No total, três pessoas morreram, sendo dois criminosos e um refém. Mais cinco moradores ficaram feridos, entre eles o servente de pedreiro Cleiton Alexandro Teixeira, de 25 anos. O jovem teve os dois pés e parte da mão direita amputados após ser vítima de um explosivo deixado por criminosos.
O rapaz recebeu alta do hospital na manhã do dia 10 de setembro. O jovem foi morar na residência de um irmão, e o imóvel deve passar por algumas adaptações para melhor qualidade de vida dele.
Imagens obtidas pelo Fantástico, da TV Globo, revelam quando moradores são abordados e feitos reféns. Os bandidos chegam a dar tiros para cima de fuzil, a fim de intimidar as vítimas. Cerca de 10 reféns foram pendurados sobre veículos dos criminosos e feitos de escudo humano, para tentar impedir uma reação da polícia.