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Alvo de ataques, padre Julio Lancellotti recebe ligação do papa Francisco

Na conversa, pontífice demonstrou apoio no cuidado à população de rua: “Façamos sempre como Jesus, estando junto dos mais pobres”

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Coordenador da pastoral do Povo de Rua, o padre Julio Lancellotti, da paróquia São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, em São Paulo (SP)
1 de 1 Coordenador da pastoral do Povo de Rua, o padre Julio Lancellotti, da paróquia São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, em São Paulo (SP) - Foto: reprodução/ rede social

O padre Julio Lancellotti, conhecido pela atuação na Pastoral Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, contou nas redes sociais que recebeu, na tarde deste sábado (10/10), um telefonema do papa Francisco. A intenção do pontífice era se solidarizar com as dificuldades que ele tem enfrentado. Recentemente, o padre foi atacado pelo candidato à prefeitura de São Paulo Arthur do Val, também conhecido como “Mamãe Falei”.

O telefonema incomum – o papa costuma ligar para os cardeais – aconteceu às 14h15 deste sábado. “Sua santidade, o papa Francisco, falou comigo com toda simplicidade e proximidade, perguntando sobre a população de rua, como é nossa convivência com os irmãos de rua e quais as dificuldades que sentimos”, relatou Lancellotti em comunicado.

O padre afirmou, ainda, que o papa disse ter visto as fotos do atendimento realizado para a população de rua durante a pandemia e afirmou que, apesar das dificuldades, não se deve desanimar. “Façamos sempre como Jesus, estando junto dos mais pobres”, disse Francisco, segundo relato de Lancellotti.

O papa Francisco pediu, então, para que ele transmitisse a todos os moradores de rua o seu amor e proximidade e, também, que todos rezem por ele.

Alvo de ameaças
O padre foi ameaçado pelo candidato a prefeito da capital Arthur do Val (Patriota), o Mamãe Falei, há algumas semanas. O juiz Emílio Migliano Neto, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, deferiu liminar no dia 1º determinando a suspensão de vídeos e postagens em que o candidato ataca o religioso por considerar que os posts caracterizam ‘propaganda eleitoral vedada’.

Recentemente, o vigário sofreu ataque durante atendimento a moradores de rua, na região central de São Paulo. “Passou uma moto e o cara falou ‘padre filho da puta que defende noia’. Depois dos ataques de alguns candidatos à Prefeitura contra mim, estou cada vez mais em risco”, relatou o padre em vídeo postado numa rede social. “Se me acontecer alguma coisa, se alguém me atingir, se eu for atingido por alguém, vocês sabem de quem é a culpa, de quem cobrar. O risco que estou correndo é cada vez maior e a responsabilidade vocês sabem de quem é”, completou.

Neste caso, o padre cita, indiretamente, Arthur do Val (Patriota), que tem como principal meta acabar com a Cracolândia – local conhecido por reunir grande quantidade de usuários de drogas no centro de São Paulo.

Val critica o atendimento realizado por ONGs e setores da Igreja Católica – em especial, o trabalho realizado por Lancellotti. Para ele, as políticas públicas são ineficientes e, consequentemente, responsáveis pela degradação do centro da capital. Contudo, o candidato nega qualquer tipo de incitação à violência contra o padre, a quem apelida como “cafetão da miséria”.

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