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Alvo da PF, Wilson Lima nega ilegalidade e diz confiar na Justiça

Governador do Amazonas foi alvo de operação da Polícia Federal que apura fraudes em licitação e desvios de recursos públicos na pandemia

atualizado

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Wilson Lima
1 de 1 Wilson Lima - Foto: Divulgação/Secom

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), negou, nesta quarta-feira (2/6), ter cometido irregularidades em contratos firmados durante a pandemia de Covid-19. Lima é alvo de operação da Polícia Federal (PF) que investiga fraude em licitação e desvio de recursos públicos,.

Em nota, o governo do Amazonas declarou que é de total interesse do estado que os fatos investigados sejam esclarecidos.

“O governador Wilson Lima reitera que, desde o início da pandemia de Covid-19, sua gestão está voltada a preservar a saúde do povo do Amazonas e a salvar vidas, tendo determinado aos gestores estaduais que empreguem todos os esforços possíveis com esse objetivo, sempre pautando as ações públicas pelos princípios da legalidade e da transparência”, afirmou.

O mandatário alegou também que todos os investimentos feitos no combate à pandemia têm obedecido os trâmites legais de contratação de bens e serviços, sendo acompanhados de perto pelos órgãos de controle e também com prestação de contas.

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Governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil)
Governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC)
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“O governador Wilson Lima reafirma que se mantém à disposição das autoridades competentes para esclarecimentos sobre as ações de seu governo e reitera que está convicto de que não cometeu qualquer ilegalidade e que confia na Justiça”, finalizou, em comunicado divulgado à imprensa no início desta tarde.

Operação Sangria

A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta quarta-feira (2/6), ação contra o governo estadual do Amazonas, por supostas fraudes em licitação e desvios de recursos públicos durante a pandemia da Covid-19.

Trata-se da quarta fase da Operação Sangria, que também investiga a formação de organização criminosa.

No total, a corporação cumpriu 19 mandados de busca e apreensão e outros seis de prisão, em Manaus (AM) e em Porto Alegre (RS). A casa do governador Wilson Lima é alvo dessa ação. A ordem judicial também estabelece o sequestro de bens e valores que somam R$ 22.837.552,24.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Lima e do secretário de Saúde, Marcellus Campêlo – alvo de mandado de prisão, não foi encontrado e é considerado foragido.

Irregularidades

Segundo as investigações, há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas tenham realizado contratação fraudulenta em um hospital de campanha, para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do governo do estado.

A PF apurou que a unidade de saúde não atende às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia, bem como coloca em risco de contaminação os pacientes e os funcionários da instituição hospitalar.

Verificou-se ainda que contratos das áreas de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem, firmados em janeiro de 2021, contêm indícios de montagem e direcionamento de procedimento licitatório, prática de sobrepreço e não prestação de serviços contratados.

Tiroteio

Agentes da Polícia Federal foram recebidos a tiros pelo empresário Nilton Costa Lins Júnior. A informação foi confirmada pela sub-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, em sessão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo ela, apesar do tiroteio, não houve vítimas.

“Teve um incidente bastante sério. A Polícia Federal foi recebida a tiros pelo filho do… no momento eu não estou lembrando o nome… do Nilton Lins. Foi uma situação bastante constrangedora e perigosa”, assinalou a subprocuradora, ao ressaltar que a operação da Polícia Federal foi autorizada pelo STJ.

“Como ocorreu pela manhã e houve um tiroteio, foi a primeira vez que eu, em 30 anos, vi alguém receber [a PF a tiros] em uma busca e apreensão, independentemente de qualquer outra situação, mas de um ministro”, completou, Lindôra.

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