Alvo da CPI, servidora é nomeada para cargo no Ministério da Cidadania
Thaís Amaral Moura redigiu pedidos de senadores governistas para ouvir médicos que defendem tratamento precoce
atualizado
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A assessora especial da Secretaria de Governo (Segov) Thaís Amaral Moura, namorada do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, foi nomeada como diretora do Departamento de Inclusão Produtiva Urbana da Secretaria Nacional de Inclusão Social, no Ministério da Cidadania, na segunda-feira (13/9).
Thaís entrou na lista de possíveis convocados para a CPI da Covid após escrever ao menos sete requerimentos apresentados por senadores aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à comissão. No episódio, ela produziu o pedido de convocação de cinco especialistas associados à defesa do chamado “tratamento precoce” ou a críticas ao lockdown.
Até então, Thaís trabalhava na Secretaria do Governo como secretária especial. A pasta é responsável pela articulação política do governo com o Congresso. Em seu novo cargo, no entanto, caberá à advogada coordenar políticas de inclusão no programa Auxílio Brasil, o novo Bolsa Família.
O cargo é denominado DAS 5, cujo salário é de cerca de R$ 13 mil. A remuneração da categoria é inferior apenas à de ministros e secretários.
Em agosto, a CPI aprovou a quebra de sigilo fiscal de Thaís. Ela recorreu da decisão, mas a ministra Cármen Lúcia manteve a medida. Para ela, há “fortes evidências” de que a advogada teve uma participação relevante na defesa do kit Covid e contra medidas restritivas adotadas por prefeitos e governadores.