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Alunos unem política e educação para preservar água em região seca

Alunos e professores da região do Cariri Paraibano, uma das áreas mais secas do país, deram vida à lei que institui o Dia Municipal da Água

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1 de 1 foto colorida de alunos em escola - Foto: Arquivo Pessoal

Em 2017, a região do Cariri, que reúne 29 cidades da Paraíba, passou pela maior crise hídrica e período de seca já vivenciados pelos moradores. E todos sabiam que aquela situação iria se repetir no futuro. Preocupados com os racionamentos que viriam, alunos e professores da cidade de Boqueirão deram vida a um projeto de lei sobre o uso da água na localidade.

O projeto de lei de iniciativa popular — o primeiro do município — foi pensado na escola de Ensino Médio Integral Conselheiro José Braz do Rêgo, em maio deste ano. “Em Boqueirão, havia meses em que a água chegava na torneira em apenas um dia por semana. E, claro, os alunos passaram por essas dificuldades”, relata o professor e coordenador do projeto, Fernando da Silva.

Sancionado em 21 de julho, o PL institui o Dia Municipal da Água na cidade em 18 de abril. E obriga a Secretaria de Educação a desenvolver projetos informativos sobre crise hídrica e racionamento de água nas escolas.

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Entre maio e julho, os alunos coletaram mais de 170 assinaturas
O projeto cria o Dia Municipal da Água na cidade, comemorado em 18 de abril. A data escolhida é a do histórico encontro entre as águas do Rio São Francisco e do Açude Epitácio Pessoa, em 2017
Prefeito de Boqueirão, José Marcos de Freitas, foi presencialmente à escola sancionar o PL
Agora, a Secretaria de Educação é obrigada a inserir conteúdos informativos sobre crise hídrica e racionamento nas disciplinas das escolas
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Alunos da escola de Ensino Médio Integral (EMI) ECIT Conselheiro José Braz do Rêgo, em Boqueirão, contribuíram para a sanção de uma nova lei no município

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Entre maio e julho, os alunos coletaram mais de 170 assinaturas

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O projeto cria o Dia Municipal da Água na cidade, comemorado em 18 de abril. A data escolhida é a do histórico encontro entre as águas do Rio São Francisco e do Açude Epitácio Pessoa, em 2017

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Prefeito de Boqueirão, José Marcos de Freitas, foi presencialmente à escola sancionar o PL

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Agora, a Secretaria de Educação é obrigada a inserir conteúdos informativos sobre crise hídrica e racionamento nas disciplinas das escolas

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“Ele foi pensado junto aos alunos, em uma disciplina. A aprovação contou com a participação dos estudantes desde a sua elaboração até a coleta das assinaturas e a apresentação à Câmara dos Vereadores”, conta o professor.

Eram os alunos quem saíam nas ruas da cidade para divulgar a proposta e coletar assinaturas. A estudante Sabrina de Melo, 14 anos, vê o trabalho como uma alerta à população. “Para mim, o projeto é um lembrete ao município sobre o tempo difícil que passamos e a necessidade de economizar água”, conta.

Para ser aprovado, o PL precisva do apoio de pelo menos 1% da população de Boqueirão, que tem cerca de 17 mil habitantes. “Foi ótimo contribuir tão ativamente em todo o processo. A ação é muito importante para a cidade, e eu fui um dos protagonistas dela”, diz o estudante Davi Henrique Vieira Souza, de 15 anos.

Fernando da Silva conta que não esperava que o projeto virasse lei: “A gente conseguiu fazer o prefeito ir à escola sancionar, de forma simbólica, o PL. Não imaginava que iríamos chegar onde chegamos. Fico orgulhoso e grato.”

Seca extrema e racionamento

O Cariri Paraibano é uma das regiões mais secas do país. Boqueirão, dentro do Cariri, depende do açude Epitácio Pessoa, que também atende outros mais de 20 municípios e um total de 1 milhão de pessoas. O problema ascendeu em 2017, após o açude ficar em situação crítica devido a um longo período de estiagem.

“Durante mais de cinco anos, tivemos a interrupção da água por várias vezes. Na época, a gente só tinha direito ao abastecimento urbano uma vez por semana. Foi preciso comprar muitas caixas d’água para conseguir reservar por mais tempo, devido ao racionamento. Em algumas áreas, principalmente na zona rural, os carros chegavam a buscar água em outros estados, como Pernambuco”, diz o professor Fernando da Silva.

Atualmente, o açude de Boqueirão está com 30% de sua capacidade máxima. Somado à necessidade de políticas públicas que assegurem o cuidado e o uso racional da água, o nível baixo fez com que o PL dos estudantes ganhasse visibilidade.

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