Alunos de curso da PMRJ são testados para febre maculosa após mortes
Segunda morte de PM aguarda confirmação laboratorial. Mesmo assim, secretaria de Estado de Saúde do Rio garante não haver risco de epidemia
atualizado
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Rio de Janeiro – Os alunos do 7º Curso de Operações de Polícia de Choque do Rio de Janeiro seguem sendo testados depois que dois policiais morreram por febre maculosa, que é transmitida por carrapato. A doença foi registrada entre os participantes das aulas da PMRJ – um deles já confirmado laboratorialmente e outro com amostras em análise.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), a Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SUBVAPS) foi notificada das ocorrências no Curso de Operações da Polícia Militar. A SES informa ainda que desde o mês de maio de 2021 “vem alertando os municípios para que intensifiquem as ações de vigilância dessa zoonose”.
Ainda de acordo com a SES, equipes da Secretaria Municipal de Saúde do Rio seguem realizando a investigação epidemiológica informaram que “todos os policiais que estiveram no treinamento estão sendo testados”. Em nota, a pasta garante que hão há risco de epidemia.
Nesta segunda-feira (25/120), será feita uma reunião para definir ações de monitoramento dos indivíduos que participaram do mesmo treinamento. De acordo com o secretário Daniel Soranz, o inquérito epidemiológico que apura a situação dos alunos da PM deverá ser concluído na quarta-feira. Até lá, ações educativas e preventivas serão implementadas para informar à população sobre a doença.
Morte de PMs
As mortes investigadas são do cabo Mario César Coutinho do Amaral, que estava lotado há nove anos no Batalhão de Choque e era instrutor no Curso de Operações de Polícia de Choque, informada na rede social do batalhão neste domingo (24/10), e de um sargento Carlos Eduardo da Silva, anunciada no último sábado (23/10).
A nota diz ainda que a secretaria de estado de Saúde “presta apoio técnico ao processo de investigação epidemiológica e mantém articulação com o laboratório de referência para Rickettsioses (LHR/IOC/Fiocruz) e o Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) para realizar ações voltadas a evitar novos casos nos locais prováveis de infecção”.
Após os casos, a instrução foi suspensa, como foi publicado no Boletim Interno da corporação na edição de quinta-feira (21/10), por ordem do secretário Luiz Henrique Marinho Pires, em documento ao qual o Metrópoles teve acesso.
Cinco casos em 2021
Em nota, a secretaria municipal de Saúde (SMS) informa que, em 2021, desde o início do ano, cinco notificações de casos suspeitos de febre maculosa em residentes no município do Rio de Janeiro foram feitos à pasta. Entre os casos estão os dos PMs que, segundo a SMS, tem investigação epidemiológica em curso. A SES, no entanto, confirma que um dos casos foi positivo e o outro aguarda resultado do exame.
“A partir da notificação de casos suspeitos, as equipes se Vigilância Epidemiológica e Vigilância Ambiental realizam a investigação epidemiológica complementar para descrição da situação clínica dos casos, identificação dos antecedentes epidemiológicos de exposição, avaliação do ambiente de exposição (presença de animais, coleta de vetores para investigação laboratorial) monitoramento dos casos e orientações sobre prevenção e proteção específica”, diz o texto.