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Alunos a distância já são quase metade dos estudantes de nível superior

Em 2019, 43,8% dos estudantes entrando no terceiro grau estão em cursos de EAD. Em 2009, esse número era de 16,1%

atualizado

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1 de 1 imagem colorida fachada MEC- Metrópoles - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os alunos que ingressam no ensino superior em um curso a distância representaram 43,8% do total de estudantes iniciando o terceiro grau em 2019. Em 2009, esse número era de 16,1%. O crescimento de 27,7 pontos percentuais mostra o avanço da modalidade nos últimos dez anos no Brasil.

No ano passado, 3,6 milhões de pessoas ingressaram no ensino superior, sendo que 1,6 milhão o fizeram em algum curso de ensino a distância (EAD). As informações são do Censo da Educação Superior de 2019, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e divulgado nesta sexta-feira (23/10).

O gráfico a seguir mostra como evoluiu a quantidade de pessoas entrando no ensino superior de acordo com a modalidade de ensino.

A maior parte dessa entrada ocorre no ensino privado. Dos 1,592 milhão de estudantes ingressando em cursos de EAD em 2019, 1,559 milhão o fizeram em instituições privadas. Isso representa 98% do total. O próximo gráfico mostra a evolução dos ingressantes em cursos de EAD por categoria administrativa.

Em paralelo ao crescimento nos alunos que iniciam cursos de EAD, a quantidade de estudantes diminuiu pela quarta vez nos últimos cinco anos. Em 2014, ano com a maior quantidade de ingressos em cursos presenciais, foram 2,383 milhões de ingressantes. Já em 2019 esse número caiu para 2,041 milhões.

Essa queda se deve também ao setor privado, que tem privilegiado vagas de ensino de EAD. O número de ingressantes em cursos privados presenciais caiu de 1,878 milhão em 2014 para 1,514 milhão em 2019.

Os dois movimentos conjugados fizeram com que os alunos de EAD chegassem a 28,5% do total de matriculas em cursos de graduação no ano passado. São 8,6 milhões, das quais quase 2,5 milhões estão estudando a distância. Em 2009, a relação era de 14,1%, com 838 mil pessoas estuando em EAD de um total de quase 6 milhões.

“Quase 60% das matrículas de cursos tecnológicos já são a distância. Esse percentual era 28,5% em 2009”, destacou o Inep nas notas estatísticas do censo. “O aumento da participação do número de matrículas a distância no grau tecnológico se deve, principalmente, ao crescimento das matrículas dessa modalidade nos últimos anos, que entre 2009 e 2019 cresceu 266,5% em relação à variação positiva de 5,4% no número de matrículas de cursos presenciais no mesmo período”, explicou o órgão.

Além da diferença na forma de estudar, o EAD também tem um outro perfil de professor. “A maioria dos docentes de cursos presenciais é composta por doutores. Na EAD, a maior parte é de mestres”, destacou o estudo.

Para o ministro da Educação, Milton Ribeiro, é importante dar reconhecimento à rede privada de ensino, que “hoje tem uma participação preponderante na educação”. “Estado brasileiro não seria capaz de cumprir missão constitucional se não fosse parceria da rede privada”, afirmou.

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