metropoles.com

Aluno que ficou paraplégico após levar tiro na escola será indenizado

Justiça determinou que instituição também deve pagar pensão vitalícia para o estudante atingido por tiro disparado por colega no banheiro

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Imagem ilustrativa
imagem ilutrativa paraplégico paraplegia
1 de 1 imagem ilutrativa paraplégico paraplegia - Foto: Imagem ilustrativa

Goiânia – Oito anos depois de levar um tiro dentro do banheiro de uma escola particular em Goiânia e ficar paraplégico, um estudante hoje com 23 anos receberá indenização de R$ 64,5 mil e pensão vitalícia no valor de um salário mínimo mensal. O valor deverá ser pago pela instituição de ensino e pelo pai do colega que efetuou o disparo.

O montante da indenização, estipulado em recente decisão da Justiça de Goiás, inclui reparação por danos morais, estéticos e materiais.

De acordo com o processo, o estudante, à época com 15 anos, estava matriculado na escola e cursava o 9º ano do ensino fundamental. No dia 15 de agosto de 2013, encontrou o colega armado, de 13 anos, no interior do banheiro do colégio, com uma arma de fogo e que lhe deu um tiro que atingiu a região do tórax, sem motivação.

O tiro, segundo o processo, lesionou parte de um pulmão e coluna vertebral, o que provocou a paraplegia e total perda de força nos membros inferiores, além de problemas de incontinência urinária e intestinal. O autor do disparo também estava matriculado na instituição de ensino. A arma de fogo era do pai dele.

Em razão da paraplegia, o estudante desenvolveu um quadro depressivo, além de outras complicações, como úlcera de decúbito. Ele foi admitido no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), em Goiânia, onde continua com o tratamento, sem muita evolução nem expectativa de melhora.

Valores

Na sentença, o juiz Everton Pereira Santos, em auxílio na 10ª Vara Cível da comarca de Goiânia, determinou o pagamento de R$ 30 mil por danos morais e o mesmo valor por danos estéticos, em razão da paraplegia provocada pelo tiro na região do tórax. Além disso, a escola e o pai do autor do disparo deverão pagar R$ 4,5 mil por danos materiais, além da pensão vitalícia.

A decisão determinou que o pai do autor e a escola devem pagar as parcelas vencidas, desde o dia do fato, com correção monetária, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), desde o respectivo vencimento, e juros de mora de 1% ao mês, a partir do episódio na escola.

Quanto às parcelas a vencer, a pensão deve ser calculada com base no salário mínimo vigente ao tempo da definição da sentença, ajustando-se às variações futuras, nos termos da Súmula nº 490 do Supremo Tribunal Federal.

A escola havia pedido à Justiça que não fosse responsabilizada pelo episódio, mas a Justiça negou essa solicitação. O pai do autor dos disparos, por sua vez, requereu a suspensão da ação de indenização até a finalização do processo criminal que apura a autoria do fato delituoso que causou os danos à vítima.

No entanto, o juiz Everton Pereira também considerou que o pedido do pai não encontra amparo legal, visto que as esferas cível e criminal são independentes. Por isso, conforme lembrou, a ação de reparação de danos não necessita da conclusão da ação penal.

“Negligência”

O juiz ponderou que o pai do autor do disparo é o proprietário da arma de fogo, sendo, portanto, responsável pelos danos causados por seu filho, conforme prevê o Código Civil. Para o magistrado, “paira ainda sobre o requerido a negligência, dado que manteve sobre sua posse arma de fogo em local de fácil acesso de seu filho”.

O magistrado também ressaltou que o serviço prestado pela escola foi defeituoso, pois não forneceu segurança a seus alunos, permitindo que um aluno entrasse no local com arma de fogo e efetuasse um disparo contra outro estudante no banheiro da escola.

“Tendo o evento danoso ocorrido no interior da escola, não há como afastar a responsabilidade ao simples argumento de que não contribuiu para o fato e, portanto, não pode ser responsabilizada”, disse o juiz, na decisão.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?