Aliados próximos a Lula defendem saída imediata de chefe do GSI
Nos bastidores, políticos do círculo do presidente, incluindo Gleisi Hoffmann, afirmam que permanência de Dias é insustentável
atualizado
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A permanência do ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Gonçalves Dias, está em jogo, e ele pode ser o primeiro ministro do governo Lula a cair. A situação do general é vista como insustentável por pessoas próximas ao presidente depois que foram reveladas pela CNN imagens que mostram Dias circulando ao lado de invasores golpistas no Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro.
O Metrópoles apurou que políticos próximos a Lula estão defendendo em conversas internas a demissão imediata de Dias. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), por exemplo, tem dito a deputados federais do partido e integrantes do governo que irá defender a saída de Dias.
Já havia, no Palácio do Planalto, entre ministros, a defesa pela demissão de Dias depois da invasão. O próprio ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, disse no dia 9 de janeiro que os invasores tiveram algum tipo de ajuda. “Quem entrou no Palácio, conhecia o Palácio. Nada do que aconteceu aqui poderia ter acontecido sem que algum nível de facilitação”, disse na ocasião.
Na época da invasão, o general Dias se defendeu internamente dizendo que havia falta de efetivo, e chegou a comentar que havia conseguido “salvar” o gabinete do presidente. As imagens reveladas pela CNN mostram o general indicando a saída aos invasores, justamente no andar onde fica o gabinete de Lula.
Aliados defendem que Lula seja firme, afaste Dias e defenda a investigação do caso. A oposição tem usado as imagens para reforçar a narrativa de que as invasões dos golpistas foram arquitetadas pelo próprio governo, com o objetivo de culpar bolsonaristas, narrativa que não se sustenta pelo perfil dos envolvidos.
Depois da divulgação das imagens, a base governista tem defendido com mais força a instalação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar os atos do dia 8. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), por exemplo, subiu na tribuna da Câmara para defender a instalação da comissão. A estratégia que tem sido pensada pelo governo é evitar que a oposição controle a narrativa sobre os atos do dia 8.