Aliado de Moro, diretor do Depen cogita entregar o cargo
A expectativa é de que Fabiano Bordignon comunique a decisão aos diretores do órgão em uma reunião agendada para 16h desta sexta-feir
atualizado
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Um dos nomes mais fortes da gestão de Sergio Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o delegado da Polícia Federal Fabiano Bordignon (foto em destaque), diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), cogita entregar o cargo em solidariedade ao ex-juiz. O ministro mais popular do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) pediu demissão nesta sexta-feira (24/04) e fez graves acusações ao presidente da República.
A expectativa é de que o diretor-geral do Depen comunique a decisão aos diretores do órgão em uma reunião agendada para 16h desta sexta-feira (24/04). No entanto, pessoas próximas a Bordignon ainda tentam convencê-lo a permanecer na chefia do departamento, pois consideram que a saída do delegado representaria uma grande perda para o órgão.
O policial está no cargo desde que Moro assumiu o ministério. Fabiano Bordignon se destaca por ter ampla experiência no sistema carcerário, na cooperação internacional e no combate às facções criminosas. Ele também é conhecido por ser um homem de diálogo. Antes de assumir o Depen, Bordignon era superintendente da PF em Foz do Iguaçu, no Paraná.
À frente do departamento, comandou operações históricas e contornou conflitos como a transferência do líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para Brasília e as medidas preventivas diante de um suposto plano de fuga no sistema penitenciário federal . Recentemente, colaborou com a transferência do narcotraficante, também ligado ao PCC, Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, para a Penitenciária Federal de Catanduvas (PR).
Se entregar o cargo, Bordignon não será o primeiro a sair após Moro anunciar que deixou o comando da pasta. Luciano Timm, titular da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão vinculado ao MJSP, informou que irá colocar o cargo à disposição. Por meio das redes sociais, afirmou que conheceu gente nova, aprendeu coisas diferentes. “Mas acima de tudo servi ao meu país ao lado de uma equipe técnica, comprometida e honesta. Volto a fazer o que sempre soube, não sem antes garantir uma transição segura a (o) meu (minha) sucessor (a)”, diz o texto.