Aliado de Leite pede que Conselho de Ética analise “fraude” no PSDB-SP

São Paulo – O deputado federal Abi-Ackel, presidente do diretório do PSDB de Minas Gerais e aliado do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, defendeu nesta quarta-feira (3/11) que o Conselho de Ética do partido analise as filiações de 92 prefeitos e vice-prefeitos pelo PSDB-SP que tiveram as datas alteradas.

Na última segunda-feira (1/11), a Comissão Especial de Prévias acolheu denúncia feita pelo PSDB-MG e por mais três diretórios, e excluiu o direito a voto dos 92 nomes que tiveram suas filiações contestadas.

Agora, Ackel afirma que o fato deve ser analisado pelo Conselho de Ética porque a mudança nas datas de filiações é “fraude”. Defende, ainda, que o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, responda pelas possíveis irregularidades.

“Os cadastramentos de 92 prefeitos e vices em São Paulo para votar nas prévias do partido, agora suspensos pela Comissão Eleitoral organizadora, é fraude e o caso deve ser examinado pelo Conselho de Ética do partido, onde deverá responder o Presidente estadual de São Paulo”, afirma em nota.

“A irresponsável afirmação de que houve cadastramentos em outros estados, agora que SP foi punido, é mais uma mentira e uma tentativa de fazer cortina de fumaça para esconder fato grave, confirmado e decidido pelo conselho das prévias que mandou anular os votos dos fraudadores”, continua.

O presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi, diz que a posição de Ackel é, na realidade, uma reação a representação que o diretório paulista fez “indicando que há uma série de filiados em Minas Gerais estão no sistema de votação mas que foram inseridos depois de 31 de maio”. Foi uma representação feita à Comissão Especial de Prévias.

“Na verdade, estou interessado na questão objetiva. Eu estou demonstrando com documentos do TSE que Minas Gerais que diversos casos, que filiados só foram inseridos depois de 31 de maio com data retroativa. O que vale para cá, vale para lá e vale para todos”, afirmou.

Entenda o caso

Em 21 de outubro, os diretórios do PSDB de Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Sul e Bahia, todos apoiadores da pré-candidatura de Eduardo Leite para Presidência da República, acusaram o PSDB-SP de supostamente fraudar a filiação de 92 prefeitos e vice-prefeitos de São Paulo a fim de ficarem aptos a votar nas prévias da sigla.

De acordo com a denúncia, os nomes foram filiados em junho e julho, mas na lista de filiação enviada à Justiça Eleitoral, consta que as filiações ocorreram em maio. Isso, em tese, beneficiaria o governador de São Paulo e pré-candidato João Doria, já que pelas regras das prévias, só pode votar quem entrou no partido até 31 de maio.

Na última segunda-feira (1/11), a Comissão Especial de Prévias analisou a denúncia e retirou o direito a voto de todos os 92 nomes. O grupo entendeu que 44 filiados apresentaram declarações e fichas de filiação que “não se prestam para fins de comprovação regular da filiação até o dia 31/05/2021, por ser conhecida como prova unilateral”. Já outros 48 filiados, “não obstante formalmente intimados a comprovar a sua filiação, restaram silentes, caracterizando evidente desinteresse em comprovar as datas de suas filiações”.