Aliado de Bolsonaro, ex-deputado que furou cerco policial é preso
No domingo (26/2), com prisão decretada, Lucinio Castelo de Assumção escapou da PM em Vila Velha (ES)
atualizado
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A Polícia Militar do Espírito Santo informou nesta terça-feira (28/2) que o capitão da reserva Lucinio Castelo de Assumção, conhecido como Capitão Assumção, se entregou nesta manhã à Corregedoria da Polícia Militar e está recolhido no presídio da corporação. Nesta segunda (27), o sargento Aurélio Robson Fonseca da Silva também se apresentou à PM do estado.
Assumção, Silva e outros dois policiais tiveram a prisão decretada no sábado pela Justiça Militar do Espírito Santo, a pedido do Ministério Público estadual, por envolvimento no motim dos policiais militares do estado. Eles são acusados de incitar o movimento e de aliciamento de outros policiais com a divulgação de áudios e vídeos em redes sociais.
Segundo agentes da equipe que tentou prendê-lo, Assumção conseguiu fugir em meio a um tumulto criado por um grupo de colegas e de mulheres de policiais amotinados, que se manifestava em frente ao quartel. Houve troca de empurrões e o ex-deputado escapou depois de receber voz de prisão.
Dos quatro militares que tiveram a prisão decretada, apenas o tenente-coronel Carlos Alberto Foresti havia sido detido no sábado, quando se apresentou na unidade da Polícia Militar de Itaperuna, no Rio de Janeiro, e foi encaminhado para o presídio da Polícia Militar do Espírito Santo, em Vitória.
A PM informou hoje que “estará adotando medidas para cumprir a ordem de prisão do quarto policial militar com mandando de prisão ainda em aberto”.
As investigações da PM apontaram que o tenente-coronel Foresti, que trabalhava no centro de despacho de viaturas, desde o início do movimento, fez manifestações de apoio aos policiais com divulgação de vídeos nas redes sociais. Já o capitão Assumção teve participação presencial nas entradas dos quartéis e divulgação de mensagens de apoio nas redes sociais.
O motim contou com o apoio de um grupo aliado de Bolsonaro no Espírito Santo. O secretário de Controle e Transparência do Espírito Santo, Eugênio Ricas, disse que há indícios claros de que o movimento foi de “fachada” motivado por interesses políticos e econômicos.
Sem citar nomes, o secretário afirmou que o Espírito Santo viveu um quadro de “terrorismo digital” por meio da disseminação de informações falsas e boatos com o objetivo explícito de colocar a população em pânico, paralisar o transporte público e fechar o comércio. Segundo Ricas, 80% das mensagens partiram de pessoas e redes de fora do estado.
Uma equipe de especialistas em comunicação digital ajudou a reportagem a rastrear o movimento de apoio nas redes sociais ao motim da PM. Bolsonaro publicou na sexta-feira em sua página no Facebook a mesma resposta que deu ao estado, informando que só se manifestaria sobre o assunto ao vivo e desde que a conversa fosse gravada em vídeo. A defesa dos envolvidos não foi localizada.